Algo em comum entre Argentina e Brasil: os dois países defendem participação de Cuba na Cúpula das Américas
A participação de Cuba na Cúpula das Américas, prevista para abril na Colômbia, foi defendida nesta terça-feira (13) pelos ministros das Relações Exteriores do Brasil, Antonio Patriota, e da Argentina, Héctor Timermam, durante reunião na capital paulista. “Creio que esta tem que ser a última Cúpula das Américas em que Cuba não participe. Esta é uma posição que vamos defender”, disse Timermam. Segundo ele, vários países já têm defendido a mesma posição. “Cuba precisa ser parte da Cúpula das Américas para que esta seja, finalmente, a Cúpula das Américas”, completou.
Para Patriota, essa situação já se prolongou “para além do que seria considerado razoável”. “Recordo a vocês que o então presidente Lula, quando esteve na última Cúpula das Américas, já tinha dito isso, que aquela deveria ter sido a última sem a presença de Cuba”, declarou.
Além da questão envolvendo Cuba, os dois ministros também falaram sobre as Ilhas Malvinas. Recentemente, Timerman acusou a Grã-Bretanha às Nações Unidas de enviar armas nucleares para as Ilhas Malvinas e de manter no arquipélago um sistema militar de controle do Atlântico Sul.
“Hoje conversamos sobre a preocupação [que temos] de que uma potência extrarregional se negue a informar se está introduzindo armas nucleares na região”, disse Timerman. Esse tema, segundo o ministro argentino, será levado para a próxima reunião da Zona de Paz e Cooperação do Atlântico Sul, que ocorrerá em Montevidéu, no Uruguai. “Reafirmei [a Timerman] o apoio firme e inequívoco do Brasil – e da região como um todo – à reivindicação argentina sobre a soberania das Ilhas Malvinas”, disse Patriota.
O encontro vai reunir o Brasil, Uruguai e a Argentina, além da possibilidade da presença de países africanos do Atlântico Sul. “Estamos seguros de que todos os países da Zona de Paz vão apoiar a proposta Argentina”, declarou Timerman.
Além desses temas, os dois chanceleres também conversaram sobre a visita de técnicos argentinos à Base de Alcântara, no Maranhão, no dia 15 de março, as retomadas das visitas bilaterais e a ideia de reativação dos mecanismos de monitoramento comercial entre os dois países, o que incluiria a indústria automotiva.
Patriota também falou sobre a viagem que fará na noite de hoje ao México, junto com ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel. Segundo ele, a viagem atende a um pedido feito pelo governo mexicano para buscar um entendimento sobre as mudanças no acordo automotivo. “Esperamos que possamos concluir esse processo amanhã (14), na Cidade do México”, disse o ministro.
Fonte: Agência Brasil