Greve dos professores da rede estadual completa hoje 28 dias e, enquanto as negociações não avançam, mais de um milhão de alunos em toda Bahia continuam sem aulas.

Os professores da rede estadual de ensino em greve que hoje completou 28 dias realizaram em Feira de Santana, na manhã desta terça-feira (8), a “Feira da Sobrevivência”. A mobilização ocorreu em frente ao Paço Municipal e pretendeu arrecadar recursos com a venda de frutas, verduras e legumes para ajudar os docentes que tiveram os salários cortados, pelo governado. Já que a greve foi considerada ilegal pela Justiça.

"Feira da Sobrevivência", em Feira de Santana, duras críticas ao governo Wagner e a deputados.
Os líderes do movimento grevista na cidade seguiram o exemplo dos colegas de Salvador que na última quinta-feira (3), se reuniram na Praça da Piedade, e realizaram uma feira que contou com 15 barracas que vendiam produtos doados por feirantes de São Joaquim. Em Salvador a “Feira da Sobrevivência”, como a ação foi batizada pelos professores, reuniu mais de mil pessoas.

Em Feira de Santana a manifestação não mobilizou um número grande de professores, mas contou com um grupo animado que se utilizou de carro de som, faixas e com bom humor fez duras críticas ao governador Jaques Wagner e aos deputados estaduais que votaram a aprovação, no último dia 24, de dois projetos de lei enviados pelo executivo e que, na opinião dos professores, descumprem o acordo firmado com a categoria, em novembro do ano passado, que garantia os valores do piso nacional. Um dos projetos aprovados pelo governo foi o polêmico PL 19.779/2012, que transformou os benefícios da classe em subsídios.

Em Feira de Santana a "Feira da Sobrevivência" aconteceu no estacionamento da prefeitura.
A versão feirense da “Feira da Sobrevivência” foi liderado por dirigentes do Sindicato dos Trabalhadores em Educação da Bahia (APLB), e teve início às 9:00hs, segundo o diretor do sindicato, Germano Barreto, os produtos expostas nas mesas no estacionamento da prefeitura foram doados por comerciantes, alunos, pais, colegas e familiares.  Foram vendidos por preços simbólicos tomates, cebolas, temperos verdes, frutas, raízes e vários outros produtos.

A greve dos professores da rede estadual completa hoje 28 dias e, enquanto as negociações não avançam, mais de um milhão de alunos em toda Bahia continuam sem aulas. A greve que foi considerada ilegal pela Justiça levou o governo a cortar os salários dos professores no mês de abril. Agora a categoria aguarda um parecer do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA) que deve julgar um mandado de segurança em que a categoria pede o pagamento dos salários do mês de abril. De acordo com os cortes na folha vão de 30 a 100%.