A greve dos professores da rede estadual completa hoje 28 dias. A categoria avisou que pretende fazer manhã (9) uma passeata no Campo Grande e uma reunião está programada para a próxima quinta-feira (10) na Assembleia Legislativa da Bahia (Alba), no Centro Administrativo do Estado, onde um grupo de manifestantes ainda continua acampado no saguão do prédio desde o dia 18 de abril. A greve atinge mais de um milhão de alunos na capital e no interior.

Um grupo de professores permanecem acampados no saguão da Assembleia Legislativa da Bahia, desde o dia 18 de abril.

Os professores querem reajuste de 22,22% no piso nacional. Querem que o governo cumpra o acordo firmado com a categoria, em novembro do ano passado, que garantia os valores do piso nacional. O governo ignorou o acordo mandando para a Assembleia um projeto de lei com valores menores. No dia 25 de abril, os deputados aprovaram o projeto enviado pelo executivo que garante o piso nacional a mais de cinco mil professores de nível médio.

Os professores disseram que encaminharam ao Ministro da Educação, Aloízio Mercadante, uma carta aberta relatando a greve na Bahia. O documento também foi entregue ao Ministério Público, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e ao Arcebispo de Salvador e Primaz do Brasil, Dom Murilo Krieger, convidado a intermediar as negociações junto ao governo do estado.

Corte dos salários

A greve já foi considerada ilegal pela Justiça e o ponto dos grevistas foi cortado. Os professores aguardam um parecer do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA) que deve julgar um mandado de segurança em que a categoria pede o pagamento dos salários do mês de abril. De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores em Educação da Bahia (APLB), os cortes na folha vão de 30 a 100%.

Segundo o presidente do sindicato da categoria, Rui Oliveira, com o corte dos salários, os professores não vão repor as aulas perdidas durante a paralisação. O Ministério Público fez uma reunião no dia 24 de abril e se colocou à disposição para mediar o impasse entre a categoria e o governo.

O departamento jurídico do sindicato da categoria (APLB) também deu entrada em uma ação com pedido de liminar à Justiça na tentativa de derrubar a ordem que impõe multa diária de R$ 50 mil até encerramento da greve.

Para o presidente da Assembleia Legislativa, Marcelo Nilo, o orçamento do estado não permite que seja cumprido o aumento exigido. “O estado não suporta no orçamento reajuste de 22,22%. O orçamento do estado também é para fazer escolas, fazer postos de saúde, poços artesianos, recuperar estradas. Não pode ser apenas para os servidores”, afirma. Já o deputado Paulo Azi (DEM-BA) avalia que a postura de negar o reajuste pode ocasionar a radicalização do movimento.

O impasse continua e os alunos ficam no prejuízo, já que os professores exigem o cumprimento do acordo firmado em novembro do ano passado e que prevê o reajuste salarial de 22,22% para toda a categoria e o Estado ofereceu 6,5% a todos os professore e 22,22% somente àqueles de nível médio e que ganham abaixo do piso salarial nacional. O governo diz que não há caixa para atender ao pedido dos grevistas e convocou todos os professores a retornar ao trabalho.