Em Salvador a população sofre sem transporte.

A greve dos rodoviários de Salvador e região metropolitana foi iniciada na manhã de ontem (23) e a população de Salvador já sofre por conta da paralisação dos serviços. Contrariando decisão da Justiça baiana, que determinava a circulação de pelo menos 60% da frota de ônibus nos horários de pico e de 40% no restante do dia, em caso de greve, os rodoviários mantiveram todos os veículos fora das ruas já que os motoristas não compareceram às garagens para conduzir os veículos e nenhum ônibus circulou na noite de ontem e o mesmo aconteceu na manhã de hoje (24). A multa prevista pela Justiça para o descumprimento da norma é de R$ 50 mil por dia.

De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Rodoviário da Bahia (Sinttroba), apesar do acordo feito com os manifestantes durante a assembleia em que a greve foi decidida, na tarde da terça-feira (22), de que a decisão judicial seria cumprida pela categoria, os rodoviários não compareceram às garagens, não havendo nada que o sindicato pudesse fazer para evitar a situação.

A categoria está reivindicando o reajuste salarial de 13,80%, que corresponde à inflação do período calculada pelo Dieese (5,37%) mais 8% de ganho real, além disso, os rodoviários soteropolitanos pedem a volta do quinquênio, o fim da terceirização do serviço e a redução da jornada de trabalho de sete para seis horas.

Fiscalização suspensa por parte da Agerba

Outro viés da paralisação dos rodoviários na capital baiana é a suspensão do serviço de fiscalização contra o transporte alternativo, também chamado de transporte clandestino, realizado nas rodovias baianas. Por determinação da direção da Agerba, todo trabalho de fiscalização nas estradas permanece suspenso até o fim do movimento de greve. A falta de vias alternativas de transporte para os passageiros que precisam viajar foi determinante na suspensão das fiscalizações pela Agerba.

Em Salvador, 1 milhão e 300 mil pessoas estão sem transporte público. O impasse entre patrões e empregados poderá já ser resolvido amanhã às 14h, isto porque a vice-presidente do Tribunal Regional do Trabalho (TRT), Graça Laranjeiras, decidiu antecipar o julgamento do dissídio coletivo, que estava previsto somente para a segunda-feira, diante dos transtornos provocados para a população.