História afro-brasileira: os alunos de escolas públicas dominam premiação sobre o tema
Todos os nove vencedores do Concurso de Redação Camélia da Liberdade são de escolas públicas ou de pré-vestibulares sociais. Com o tema Luiza Mahin: uma Rainha Africana no Brasil, foram inscritos trabalhos de 372 instituições de ensino do Rio e de São Paulo. Os melhores textos serão premiados hoje (2) em eventos paralelos.
Serão distribuídos aos alunos vencedores e seus professores tablets (computadores em forma de prancheta) e máquinas fotográficas digitais. Além disso, as escolas que tiraram primeiro lugar, incluindo os cursos pré-vestibulares, receberão laboratórios de informática.
Organizado pelo Centro de Articulação de Populações Marginalizadas, o objetivo da competição, na quinta edição no Rio e na quarta, em São Paulo, é estimular a aplicação da Lei 10.639. Aprovada em 2003, a legislação tornou obrigatório o ensino da história e da cultura afro-brasileira em todas as escolas brasileiras até o ensino médio.
O representante do Ceap, Ivanir dos Santos, explica que as escolas são responsáveis pelas inscrições dos alunos no concurso. “[As escolas] Recebem um caderno com informações históricas preparadas por especialistas sobre o tema – neste caso Luiza Mahin, mãe de Luiz Gama e responsável pela Revolta dos Malês, na Bahia – e desenvolvem o tema”, disse.
Ao comentar o resultado do concurso, ele reforçou o convite à participação de escolas particulares. Nos últimos anos, o percentual de inscrições desses colégios é baixo, segundo Ivanir, porque ainda há resistência das escolas privadas à aplicação do conteúdo da Lei 10.639.
“No conjunto geral há mais resistência nas escolas privadas. Nas escolas públicas também há, mas lá vemos mais professores que se capacitaram e que aplicam a lei, independente, muitas vezes, até das posturas das Secretaria de Educação”, declarou o organizador do prêmio.
O tema do próximo concurso será Pequena África. Localizada na zona portuária, no Rio, a região é símbolo do desembarque no Brasil de africanos escravizados. Também é conhecida como “berço do samba” e pela comunidade quilombola Pedra do Sal.
Agência Brasil