O impasse sobre a permanência dos moradores da comunidade quilombola Rio dos Macacos, na Bahia, continua. Mesmo depois da nova rodada de negociações que aconteceu durante o dia de ontem (6) e que teve o Ministério Público Federal na Bahia (MPF/BA) como intermediador. O governo federal sugeriu a redução do território de cerca de 300 hectares para 86 hectares, proposta recusada pelos representantes da comunidade. Houve a alteração da proposta para 104 hectares, o que também foi rejeitado pelos quilombolas.

A comunidade fica na Vila Naval da Barragem, no município de Simões Filho, região metropolitana de Salvador. O local é alvo de disputa entre a Marinha, que considera a terra de sua propriedade, e os quilombolas. O terreno é vizinho à Base Naval de Aratu, na Praia de Inema. Desde 2010, a Marinha pretende ampliar as instalações da base, onde residem famílias de militares.

Sobre a reunião desta terça-feira (6), uma das líderes da comunidade, Olinda de Souza Oliveira, reclamou do tratamento do governo com os quilombolas do Rio dos Macacos. A proposta, segundo, ela, não contempla todos, e muitos moradores antigos teriam de sair do local com a redução do território. “O governo queria que a gente aceitasse a proposta dele, que contempla apenas parte da comunidade. Se eles chegassem com a proposta de manter 270 hectares, a gente sentava pra conversar”, disse Olinda à Agência Brasil.

Na foto acima, um dos muitos protestos realizados pela comunidade quilombola Rio dos Macacos, contra a Marinha e a Base Naval de Aratu. A comunidade Rio dos Macacos é formada por cerca de 50 famílias, que reivindicam a posse da área e defendem que estão no local há mais de 200 anos.