Medidas do governo para combater a excessiva valorização do real ante o dólar

Os analistas e investidores do mercado financeiro elevam a estimativa de inflação para este ano do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).

 

Os analistas e investidores do mercado financeiro, que vinham projetando queda da inflação, voltaram a elevar a estimativa para este ano do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). A expectativa que era de 5,24% passou para 5,27%, segundo boletim Focus publicado semanalmente pelo Banco Central.

A projeção para a taxa de câmbio foi mantida em R$ 1,75, pela quinta semana consecutiva, mesmo diante das medidas que o governo vem adotando para evitar a excessiva valorização do real ante o dólar.

Uma destas medidas foram confirmadas com o Decreto publicado hoje (12) no Diário Oficial da União, que eleva de três para cinco anos a cobrança de 6% do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) nas liquidações de operações de câmbio contratadas a partir dessa data, para ingresso de recursos no país (empréstimos externos). No dia 1º, o governo já tinha elevado de dois para três anos o prazo para a incidência do imposto nos empréstimos externos. Na prática, isso significa que o dinheiro terá de ficar mais tempo no país para evitar a taxação.

No ano passado, o governo havia anunciado a cobrança de IOF nessas operações de empréstimos de empresas e bancos no exterior. Inicialmente, ficou estabelecido que empréstimos com menos de 360 dias pagariam IOF. Depois, o prazo foi estendido para 720 dias (dois anos). Na época, a ideia do governo era não só conter a queda da moeda, mas também a excessiva oferta de crédito na economia brasileira.

Governo toma medidas para barrar a excessiva valorização do real ante o dólar.

A valorização excessiva do real prejudica as exportações pois os produtos brasileiros ficam mais caros no exterior, dificultando a venda nos mercados estrangeiros que, diante da crise, têm desvalorizado muitas vezes superficialmente suas moedas. Por outro lado, afeta a indústria nacional que tem dificuldade de concorrer com produtos estrangeiros cada vez mais baratos diante da desvalorização do dólar.

Ainda de acordo o relatório do Banco Central a previsão para a taxa básica de juros (Selic) ao fim deste ano caiu de 9,5% para 9% ao ano. Atualmente, a taxa está em 9,75%.

A Dívida Líquida do Setor Público, em proporção ao Produto Interno Bruto (PIB), sobe, em 2012, de 36% para 36,2%. A projeção de crescimento da economia permanece em 3,3%.

Nas contas externas, a estimativa para o déficit em conta-corrente aumentou de US$ 67,8 bilhões para US$ 68 bilhões, mesmo com o saldo da balança comercial mantido em US$ 19 bilhões e os Investimentos Estrangeiros Diretos (IED) mantidos em US$ 55 bilhões em 2012. A estimativa dos analistas para os preços administrados foi mantida em 4%.

Fonte: Agência Brasil