Prefeitura reconhece oficialmente algumas mazelas do Transporte Público; Notificações não bastam, precisa ter vontade política para enfrentar os velhos problemas
A catastrófica situação do transporte público em Feira de Santana tem virado matéria fixa na redação do Bahia Geral e do Programa De Frente Com A Notícia. Além de uma frota velha e de um serviço ineficiente a população feirense sofre com o alto preço da passagem do ônibus coletivo urbano e acaba tendo de se submeter ao risco de um transporte alternativo, seja fazendo uso dos famosos “ligeirinhos”, dos moto-boys ou outras opções arriscadas.
Apesar da redução de 15 centavos por conta das manifestações que ocorreram em todo o Brasil e também em Feira de Santana no mês de junho do ano passado (#PorMaisQueVinteCentavos, #PorMuitoMais, #OGiganteAcordou, #VemPraRuaFSA), o preço da passagem praticado aqui ainda é um dos mais elevados do Nordeste, incluindo algumas capitais.
A deficiência do transporte público em Feira de Santana tem ocasionado um grande aumento de motocicletas pela cidade, principalmente as de 50 cilindradas que por ter um custo mais acessível e, por isso têm sido a principal escolha de trabalhadores e estudantes ávidos por chegar nos seus destinos sem atrasos. Lamentavelmente, por oferecer pouca segurança esses veículos leves têm vitimado muitos trabalhadores e outros cidadãos feirenses.
Agora oficialmente, a Prefeitura Municipal de Feira de Santana reconhece algumas das mazelas do serviço de transporte coletivo urbano ofertado na cidade. Alguns velhos problemas e que de tão frequentes se tornaram familiares do cidadão feirense tais como: constantes atrasos, descumprimentos de horários, itinerário, falta de manutenção e sinalização dos veículos (para citar apenas alguns) foram reconhecidos pela Secretaria de Transportes e Trânsito (SMTT) do município. Em matéria publicada no site da Secretaria de Comunicação, nessa sexta-feira (3), a prefeitura divulgou as ações da SMTT para combater “as irregularidades no transporte público regular”.
De acordo com a prefeitura, em 2013 a SMTT fez mais de 800 notificações durante as fiscalizações que, ainda conforme a matéria, ocorreram em diversos bairros da cidade. Segundo o secretário de Transportes e Trânsito, Ebenezer Tuy, a fiscalização visa “proporcionar aos feirenses um transporte público de mais qualidade e conforto”. O secretário precisa urgentemente compreender que é necessário uma ação mais enérgica não só de sua pasta, mas de todo o executivo feirense para que haja uma melhoria do transporte público em Feira de Santana. Apenas notificações de nada valerão sem esta ação mais firme no combate às muitas irregularidades e ao desrespeito praticado pelas empresas do transporte coletivo para com os cidadãos desta cidade.
Uma vez que estes problemas tão familiares do trabalhador feirense foram oficialmente reconhecidos pelo poder público municipal, nós desta redação e certamente, toda a população de Feira de Santana esperamos ações mais efetivas e pontuais com o fim de sanar os velhos problemas do transporte público oficial. Espera-se do chefe do executivo feirense um envolvimento direto na busca destas soluções.
Os problemas são velhos, mas, plenamente possíveis de ser resolvidos. Para isso, basta vontade política. Com a palavra o Prefeito José Ronaldo de Carvalho, chefe do Executivo feirense e toda Câmara de Vereadores já que estas questões também envolvem ações do Legislativo municipal.
Jamil Souza
Minha dúvida é porque levou tanto tempo pra o orgão responsável admitir publicamente, o que não é suficiente, mas já considero um bom começo. Quero ver ações, quero um transporte público de qualidade e não conversa. Se notificação resolvesse alguma coisa não teríamos problemas de trânsito. Também aguardo o pronunciamento das ‘autoridades’ acompanhado de ações efetivas.
O transporte público em FSA é caótico. Se você depender de horário de ônibus , vc sempre vai chegar atrasado de qualquer jeito.Por isso a galera morre nessas merdinha de 50 cc ou fica na emoção de velozes e furiosos com os ligeirinhos, onde a pick-up da SMTT fica brincando de bate bate com os ligeirinhos…vcs já notaram q ela usa um Santo Antônio(para-choque reforçado) na frente.
Um dia desses presenciei uma dessas ações da SMTT, com a S10 fazendo pega com um ligeirinho, parecia filme americano…o cara jogava e batia do lado e no fundo do carro, para obrigar a parar até que conseguiu fechar e fazer o ligeirinho parar. Após parar, uma mulher saiu em panico do carro passando mal. Aí eu pergunto: A Smtt estava fazendo seu “papel” em coibir os ligeirinhos…mas será que eles pensaram na segurança dos passageiros que estavam no carro quando tomam atitudes como as descritas acima?
Altamente ineficiente! Como usuária;pejorativo que uso para “beneficiária” do transporte público de Feira de Santana,temo todas as vezes que preciso utilizar,principalmente os transportes alternativos que fazem as linhas Terra Dura ou Feira VII.Somos amontoados naquele veículo,sendo transportados como animais, ouvindo piadinhas de motorista e cobrador e por todo esse conforto ainda pagamos R$ 2,30. Não menos pior acontece nos ônibus; esperar horas por um carro que vem lotado,chegar ao terminal de destino e ter o “privilégio” de esperar o transporte do sistema integrado, não é coisa boa não. Precisando rever o transporte público URGENTEMENTE! FEIRA tem se desenvolvido tanto,porém continua com um mentalidade tacanha,mesquinha até!Verdadeiro descaso com a população!
Caro Jamil,o grande problema do transporte coletivo é falta de estrutura dos coletivos que não justificam o valor cobrado na passagem,além claro do contrato duvidoso firmado entre as empresas que atuam no transporte dito “público” e a prefeitura da nossa cidade.Por isso o “nosso” transporte não pode ser considerado um beneficio para a população feirense até que as nossas necessidades de locomoção não sejam atentidas.
Essa é uma discussão mais que necessária, Jamil, mas estranhamente esquecida. As pessoas tem se preocupado mais em como encontrar espaço para os carros particulares do que com a melhoria do transporte público de massa. Que esse contexto mude, ainda tenho esperança!