O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro divulgou nota na quinta-feira (15) condenando as agressões contra os profissionais de imprensa durante as manifestações de rua na capital fluminense. De acordo com a entidade, “a liberdade de imprensa corre perigo. A situação está cada vez mais grave para os jornalistas que cobrem, ou melhor, que tentam cobrir as manifestações de rua, no Rio de Janeiro”.

O sindicato destaca ainda que “um pequeno grupo de manifestantes, no melhor estilo de milícias fascistas, passou a intimidar rotineiramente as equipes de jornalismo. Nos protestos de segunda-feira (12), em frente ao Palácio Guanabara, em Laranjeiras, várias equipes foram acuadas e impedidas de trabalhar. Um repórter cinematográfico da TV Bandeirantes chegou a levar um soco nas costas. Não foi para isso que lutamos contra a ditadura que durante 21 anos perseguiu a imprensa, prendeu, torturou e assassinou tantos brasileiros. Entre eles, jornalistas”, diz a nota.

A Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) também repudiou as agressões. Em nota, a entidade relatou que desde meados de junho a imprensa vem sendo hostilizada durante protestos nas principais cidades do país. “A Abraji contabilizou quase 60 casos de agressão contra repórteres. Sedes de emissoras foram cercadas ou apedrejadas, e diversos veículos de reportagem ou de transmissão foram depredados. Esses dados justificam a posição do Brasil entre os países mais perigosos para o exercício de jornalismo no mundo”.

Para a Abraji, essas agressões não condizem com um Estado democrático. “Quaisquer tipos de agressões e violações a jornalistas, sejam elas perpetradas pelo Estado ou por manifestantes, constituem ofensa violenta ao livre exercício da comunicação. Nenhuma instituição que apoie a democracia pode tolerar conduta desse tipo”. (AB)