Caso do senador Demóstenes Torres com o contraventor Carlinhos Cachoeira pode virar CPI
Diante da negativa do Supremo Tribunal Federal em repassar ao Conselho de Ética e à Corregedoria do Senado Federal as informações sobre a investigação envolvendo o senador Demóstenes Torres, tornou-se mais forte a possibilidade de instalação de uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) no Congresso Nacional para apurar as denúncias contra o senador goiano.
O tema foi levantado hoje (9) pelo líder do PT no Senado, Walter Pinheiro (BA), que acredita ser a CPI a única solução para que os parlamentares tenham acesso às provas do envolvimento de Demóstenes com o controlador do jogo do bicho em Goiás, Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira.
Por meio da rede social Twitter, Pinheiro anunciou hoje que mobilizará os colegas para tentar instalar a comissão. “Como o Conselho de Ética não poderá ter acesso a documentos da PGR [Procuradoria-Geral da República] sobre Demóstenes, vamos coletar assinaturas para uma CPI”, disse o líder petista.
Outros senadores também manifestaram ser a favor da instalação de uma CPI para investigar o senador goiano e os deputados citados nas denúncias. O senador Pedro Taques (PDT-MT) defende a instalação de uma comissão mista. “O ideal é que fosse uma CPI mista já que tem quatro deputados federais envolvidos”, disse.
Para Taques, o Congresso precisa ainda ir mais longe e investigar as relações de Cachoeira com outras autoridades. “Já foi revelado pela imprensa que existe uma relação no mínimo estranha com dois governadores de estado, o de Goiás [Marconi Perillo] e o do Distrito Federal [Agnelo Queiroz]”, disse o senador.
O líder do PSDB, senador Álvaro Dias (PR), também declarou apoio à criação de uma comissão parlamentar de inquérito mista (CPMI). Para ele, existe muitos “figurões” sendo protegidos pela investigação que corre em segredo de Justiça. Além disso, Dias também ressaltou que cabe ao Congresso fazer o “julgamento político” de seus membros, independentemente do curso da investigação judicial.
Perguntado sobre a adesão de seus colegas de partido ao requerimento de criação da CPMI, uma vez que há denúncias também contra deputados do PSDB, o líder tucano disse que cada um é livre para decidir se assina ou não o documento. “Mas vale lembrar que os integrantes do PSDB sempre assinaram pedidos de CPI”, disse.
Para a criação de uma CPMI são necessárias assinaturas de 27 senadores e 171 deputados. A coleta ainda não começou e o requerimento está sendo preparado por Pinheiro, Taques e o senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP). A expectativa é que até amanhã o documento esteja pronto para que os três possam procurar os colegas no Senado e na Câmara em busca de apoio.
Agência Brasil