Eu sou um homem devotado às mulheres. As pessoas que mais amo nessa vida são mulheres. A primeira, aquela que me pariu, já tem cravado no nome o pedido de auxílio, chama-se Socorro e é uma Maria (Maria do Socorro), beijos Mainha. A segunda também é uma bela criatura que me seduz dia após dia com seu amor imensurável e, antes de nascer eu a chamei de minha Lara Maria, é a princesinha do papai babão, assumo que também sou dependente dela (Maria como a avô). Ontem ela abraçou na minha perna e toda dengosa dizia: “Vai não papaizinho, eu não quero”. E eu não fui! Os bancos que fechem as portas, depois eu pago as contas.

Bom, sempre fui um sujeito que não suportava ver uma mulher amada chorando. Cortava-me o coração. E de pronto me colocava á disposição para fazer parar aquele choro, vontades e dengos seriam satisfeitos e se não bastasse, choraria junto. Assim, sempre dei flores e bombons. Acho lindo ajeitar a cadeira para uma dama sentar à mesa, mesmo que seja num bar fuleiro. Gentileza é sempre muito bom exercitar. Desse modo, nem tinha chegado o dia 8 de março, o Dia Internacional da Mulher e lá estava eu (um dia antes) dedicando às mulheres umas fotos que tirei de flores num certo jardim, anos atrás e que nunca antes tinham sido mostradas.

Flores pra vocês que com beleza e força adoçam a minha vida, a nossa vida! Feliz Dia Internacional da Mulher! (Fotos: Flores - Jamil Souza)
Flores pra vocês que com beleza e força adoçam a minha vida, a nossa vida! Feliz Dia Internacional da Mulher! (Fotos: Flores – Jamil Souza)

Mas, então chega uma mulher sapeca, sabida (e como), que sabe dançar, sabe sorrir (que graça) e seduzir, porém, que ama mais exibir o seu intelecto e suas ideias contestadoras, muitas das quais eu comungo dada a sua tamanha razão e justeza, chamada Sidinha Damasceno e me choca. A pequena que é uma grande e contumaz contestadora dos modelos tradicionais e machistas de nossa sociedade me chocou, confesso, ao compartilhar (nesta rede social) um comentário em que outra mulher dizia desejar ao invés de costumeiras flores pela passagem deste Dia da Mulher, dinheiro e em notas altas. Ainda em choque, parei, respirei, refleti sobre a questão e sobre estas novas mulheres e fui chegando à conclusão de que nada mais me restava a oferecer já que não tenho grana. (E você, macho incauto, nem pense em oferecer o Lepo Lepo! É um aviso de amigo, melhor escutar!)

Não às flores e sim ao dinheiro. Então, o que me restava? Encarar o desafio de conquistar essa nova mulher. E agradecer pela existência desse ser tão fantástico, que tanto nos confunde e que sempre nos fascina! Agradecer também a elas! E eu o fiz. Eu fui rápido em me queixar para Dona Sidinha Damasceno e escrevi:

– Dinheiro eu não tenho, rosas você não quer… “Entonces”! O que me resta?

Sidinha gargalhou e até foi “boazinha” e me sugeriu uma coisa.

E continuei:

– Sair correndo?! Não Dona Sidinha! (kkkkkk) eu sei pensar também viu?! Olha, apenas o que me resta é te agradecer.

E escrevi naquela miserável caixinha pequena:

Muito obrigado por tornar o ato de conquistar uma mulher um desafio tão mais perigoso e tenso. Sim, quanto mais tenso for melhor será o desafio. Que bom que “nem toda brasileira é bunda” (apenas kkk), que nem “toda bruxa é corcunda”. Detesto mulheres “falsas” e que seduzem somente com a casca. Que bom que o teu “peito não é de silicone”! Que bom que sua força é suave, até porque nós machos (os brutos) também choramos. Obrigado mulher! Agradeço a você e a todas as outras mulheres que me desafiam dizendo dispensar minhas rosas e, até me chocam dizendo preferir dinheiro em espécie (notas de cores de vibrantes)! Que bom que existem vocês que pensam, que se exibem sempre nos brindando com ótimas reflexões, sempre eivadas de passionalidade. Que bom saber que existem vocês que além de “gostosas”, são apetitosas intelectualmente. Que bom! Viva! Parabéns por hoje (8 de março) e, mais uma vez, obrigado!

Jamil Souza

FSa, Bahia, madrugada do dia 8 de março de 2014