Apenas um dia depois de Sérgio Cabral, governador do Rio de Janeiro, receber e pedir desculpas aos parentes de Claudia da Silva Ferreira, que teve o corpo arrastado por mais de 250 metros preso no porta-malas de uma viatura policial, a juíza Ana Paula Pena Barros, da Auditoria da Justiça Militar, manda libertar PMs que estavam presos.

As imagens da mulher negra, mãe de família que criava quatro filhos e mais quatro sobrinhos, sendo arrastada na via pública pela viatura da PM, como se fosse um saco, deixou muitos brasileiros indignados. Muitas pessoas expressaram sua raiva nas redes sociais ao longo dos dias que se seguiram ao fato. (Foto: Facebook/Reprodução)
As imagens da mulher negra, mãe de família que criava quatro filhos e mais quatro sobrinhos, sendo arrastada na via pública pela viatura da PM, como se fosse um saco, deixou muitos brasileiros indignados. (Foto: Reprodução)

As cenas de violência que chocaram todo o país aconteceram na manhã do último domingo (16), logo depois de Claudia ter sido baleada numa troca de tiros entre PMs do 9º Batalhão e bandidos durante a operação policial no Morro da Congonha, em Madureira. A mãe de família tinha 38 anos, trabalhava como auxiliar de serviços gerais num hospital e foi alvejada no pescoço e nas costas. Além de Claudia, a troca de tiros entre os policiais e traficantes, resultou na morte de um adolescente de 16 anos.

Com a decisão da magistrada, os três policiais militares (PMs) que conduziam a viatura que socorreu e arrastou o corpo da Cláudia, vão ganhar liberdade provisória. Os subtenentes Adir Serrano Machado e Rodney Miguel Archanjo e o sargento Alex Sandro da Silva Alves estão presos no Complexo Penitenciário de Gericinó desde segunda-feira (17).

As imagens da mulher negra, mãe de família que criava quatro filhos e mais quatro sobrinhos, sendo arrastada na via pública pela viatura da PM, como se fosse um saco, deixou muitos brasileiros indignados.

O vídeo feito por um cinegrafista amador e que foi publicado no site do Jornal Extra foi muito visto e debatido na internet. Muitas pessoas expressaram sua raiva nas redes sociais ao longo dos dias que se seguiram ao fato.

Por conta disso, os policias foram presos e o governador do Rio, Sérgio Cabral, pediu desculpa à família da auxiliar de serviços gerais. O pedido ocorreu após o governador ter recebido no Palácio Guanabara parentes e amigos de Claudia, em companhia do secretário de Estado de Assistência Social, Pedro Fernandes. Segundo o secretário, o governador Sérgio Cabral prometeu apoio financeiro e psicológico à família.

As imagens da mulher negra, mãe de família que criava quatro filhos e mais quatro sobrinhos, sendo arrastada na via pública pela viatura da PM, como se fosse um saco, deixou muitos brasileiros indignados. Muitas pessoas expressaram sua raiva nas redes sociais ao longo dos dias que se seguiram ao fato. (Foto: Facebook/Reprodução)
Muitas pessoas expressaram sua raiva e indignação nas redes sociais ao longo dos dias que se seguiram ao fato. Click para ampliar. (Foto: Facebook/Reprodução)

O viúvo Alexandre Fernandes da Silva disse que pretende processar o Estado pelas condições em que a mulher foi morta. Presente ao encontro, Diego Gomes, amigo da família, também defendeu rigor nas investigações. Ele voltou a dizer que vizinhos, que estavam no local da ação policial, relataram que os policiais militares chegaram atirando.

A decisão da juíza que concede a liberdade provisória aos PMs foi anunciada na tarde de ontem, quinta-feira (20). No despacho, a magistrada diz que atendeu ao pedido do Ministério Público do estado, que se mostrou favorável à concessão da liberdade aos três indiciados pelo crime. “Na leitura dos termos da prisão em flagrante, não é possível verificar de onde partiram os tiros que atingiram Claudia Silva Ferreira, constando que os indiciados não estavam no local e foram acionados via rádio, pois a vítima estava baleada no chão”, diz Ana Paula na decisão.

“Assim sendo, por mais fortes e chocantes, e até mesmo revoltantes que sejam as imagens de Claudia Silva Ferreira, já baleada, sendo arrastada no asfalto, presa ao reboque da viatura, não é possível afirmar que os PMs conheciam tal fato e o ignoraram. Ao contrário, o que mostram as imagens é que a viatura parou e dois policiais desceram e a colocaram de volta na viatura”, acrescenta a juíza.

Confira o vídeo na íntegra:


Jamil Souza com informações da Agência Brasil