A notícia de prisões realizadas pela Polícia Federal de pessoas envolvidas com a ONG Mov Paz – Movimento Internacional Pela Paz e Não-Violência, em Feira de Santana (Ba) soou como uma bomba. Os agentes da PF prenderam o coordenador nacional da ONG, Clóves Nunes, na manhã de ontem (28), em Fortaleza. Após a prisão ele foi conduzido ao município baiano.

Durante entrevista coletiva concedida à imprensa, na tarde desta quinta-feira (28), o delegado da Polícia Federal Wal Goulart informou que o coordenador nacional da ONG Mov PAZ Brasil, Clóves Nunes, “comanda uma organização criminosa”, que vinha aplicando um golpe no Programa do Governo Federal responsável pela campanha do desarmamento no país. A ONG existe em 27 cidades, em dez estados.

De acordo com o delegado, Clóves vai responder por diversos crimes, entre eles: peculato doloso, peculato eletrônico, formação de quadrilha e outros delitos previstos no código de desarmamento.

“Foi feita uma investigação mais profunda e foi descoberto que os integrantes da ONG Mov Paz Brasil estavam fraudando o programa do Governo Federal. É inconcebível que uma cidade do tamanho de Feira de Santana arrecade 14% de toda a arrecadação do país”, relatou o delegado.

Conforme determina o programa, qualquer tipo de arma de fogo podem ser entregues no posto de arrecadação espalhados pelo país, porém apenas os donos de armas industriais têm direito a indenização pela entrega, que varia de R$ 150 a R$ 400. Porem, a ONG  recebeu 8.820 pagamentos de indenizações pelo Governo Federal, quando deveriam receber de apenas 400, pois a grande maioria das armas entregues não era industrial e sim de fabricação artesanal  (fabricação caseira).

Investigação – De acordo com as investigações, de todas as armas arrecadadas no país com a Campanha do Desarmamento, Feira de Santana foi a cidade que mais recebeu armas no período de um ano e dez meses, o que significa proporcionalmente que a cidade estava arrecadando mais do que São Paulo e Rio de Janeiro.

Este fato chamou a atenção da Polícia Federal, que a pedido do Ministério da Justiça, aprofundou as investigações e em três meses descobriu a fraude. Com 23 mandados: 12 de busca e apreensão, seis de prisão temporária e cinco de condução coercitiva (para cumprimento de pena), a Polícia Federal deflagrou no inicio da manhã desta quinta-feira, a operação denominada “Vulcano”, em Feira de Santana, Cícero Dantas e Antas, na Bahia, e em Fortaleza, no Ceará.

(Com informações do Corrreio Feirense e O Povo OnLine)
 
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