Há 38 anos, as comemorações ao 2 de Julho em Feira de Santana acontecem no bairro Tomba, a festa já é uma tradição no populoso bairro, um dos maiores da cidade onde residem mais 55 mil pessoas. O 2 de Julho comemora a Independência do Brasil na Bahia, e em 2013 completa 190 anos.

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Festa do Dois de Julho. (Foto: Jamil Souza)
A data magna do estado representa a celebração às tropas do Exército e da Marinha Brasileira que, através de muitas lutas, conseguiram a separação definitiva do Brasil do domínio de Portugal, em 1823.

O bairro Tomba é o único a realizar as comemorações ao 2 de Julho na segunda maior cidade da Bahia. Lamentavelmente, as festividades em comemoração à Independência da Bahia e do Brasil realizadas na Praça do Tomba nem de longe lembram os bons e velhos tempos em que a festividade tomava conta das ruas do bairro e movimentava moradores de tantos outros que se dirigiam ao Tomba para celebrar a mais importante data cívica da Bahia.

Ezequiel Silva e Gel Lima à frente das comemorações ao 2 Julho no bairro Tomba. (Foto: Jamil Souza)
Ezequiel Silva e Gel Lima à frente das comemorações ao 2 Julho no bairro Tomba. (Foto: Jamil Souza)

Segundo Ezequiel Manuel da Silva, responsável pela organização do tradicional desfile das baianas, a diminuição da festa no bairro se deve a perda de Dona Benta Machado, uma das figuras mais importantes na realização da festa, conhecida como Dona Loló.  “Ela era o esteio da festa”, resumiu Ezequiel.

Já para Gel Lima, locutor de festas popularmente conhecido como Gel “Pesão”, que está coordenando as celebrações ao 2 de Julho e organizou os shows na praça, a redução da festa se deve à falta de apoio e, principalmente,  às disputas que surgiram entre tradicionais figuras do bairro após a morte de Dona Benta Machado. Para ele estas disputas impedem uma melhor organização do evento. Gel Lima destacou ajuda de várias empresas e do prefeito José Ronaldo, que sempre colaborou com a festa, e afirmou: “Mas, não é suficiente para a grandiosidade da festa. A festa precisa de mais apoio”.

Professora Marcela Sales afirma que o Dois de Julho "é a data que deveria ser oficial de Independência do Brasil”. (Foto: Jamil Souza)
Professora Marcela Sales afirma que o Dois de Julho “é a data que deveria ser oficial de Independência do Brasil”. (Foto: Jamil Souza)

Gel Lima promete melhorias no próximo ano e garante: “A prefeitura irá assumir a parte musical da festa, toda estrutura da festa”. Ele diz que em 2014, as comemorações ao 2 de Julho na praça do Tomba voltará a ter importância que teve no passado.

Apesar das dificuldades, este ano a festa contou com o tradicional desfile de baianas, com a presença de cavaleiros e de atrações musicais. E muitas pessoas compareceram para prestigiar os desfiles e os shows, um exemplo disso é dado pela jovem professora Marcela Fernandes Sales que apesar de moras no distante bairro Jardim Cruzeiro, foi prestigiar a festa cívica do 2 de Julho na Praça do Tomba. “O que me traz aqui é a possibilidade de vivenciar um pouquinho da cultura local; … a cultura da minha cidade”, disse.

Sobre a importância da data comemorada pela festa Marcela afirmou: “Dois de julho para mim, traz a ideia da luta dos baianos, principalmente dos escravos pela independência do Brasil. É a real independência do Brasil. É a data que deveria ser oficial de Independência do Brasil” concluiu a jovem professora.

A festa do 2 julho na Praça do Tomba começou por volta das 13 Hs e se estenderá até às 23:30 Hs e contará com as seguintes atrações: Balanço Forrozeiro; Lando Soares (arrocha); Marcelo Porradão (axé); Filhos de São Gonçalo (samba de roda); Quixabeira da Matinha (samba de roda); Arquivo Nordestino; e encerrando, Paulo Henrique (romântico).

Desfile das baianas

As crianças foram um espetáculo à parte no desfile das baianas. (Foto: Jamil Souza)
As crianças foram um espetáculo à parte no desfile das baianas. (Foto: Jamil Souza)

Cerca de 40 baianas participaram do desfile que, como de costume, foi organizado por Ezequiel da Silva que esteve sempre á frente. As baianas saíram da Praça do Tomba e desceram pela rua Pedro Américo de Brito interrompendo o trânsito durante o trajeto e, ao chegar no contorno da Av. João Durval, próximo à Escola Municipal Ana Brandoa, o cortejo retornou à praça seguindo pela Rua Papa João XVIII, desta vez fechando apenas uma das vias da rua.

O trajeto contou a participação de algumas pessoas que animadas dançavam com as baianas ao som do samba de roda que vinha de grande carro de som, muito moradores saíram às portas para assistir ao desfile. Um grupo de cavaleiros seguiu logo atrás do carro de som. Destaque para as crianças que vestidas de baianas deram um show à parte, e para as senhoras idosas, baianas mais experientes que deram colorido especial com suas saias rodadas.

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Por Jamil Souza