Você já se imaginou participando das batalhas do Dois de Julho, lutando contra as forças das tropas portuguesas, ao lado de personagens como Maria Quitéria, Joana Angélica e General Labatut? Graças ao grupo Comunidades Virtuais, vinculado ao Programa de pós-graduação em Educação e Contemporaneidade da Universidade do Estado da Bahia (Uneb ), isto vai se tornar realidade. O grupo lança nesta terça-feira (2) de comemorações, a versão de teste do game “Dois de Julho: Tower Defense”, que retrata a luta pela Independência do Brasil na Bahia.

Segundo Filipe Pereira, idealizador do game, o jogo será voltado para as partes de batalha. “O jogador tem que colocar as torres para impedir a invasão dos inimigos. São quatro torres normais representando, cada uma, militares, encourados, índios e escravos, cada qual com três upgrades e cinco torres especiais, Maria Quitéria, Maria Felipa, Corneteiro Lopes, Joana Angélica e General Labatut , sendo que a única torre de ataque é Maria Quitéria”, explica o desenvolvedor.

Personagens da Bahia estão no game Dois de Julho: Tower Defense (Foto: Divulgação/ Comunidades Virtuais - Uneb)Com gráficos em duas dimensões (2D), estilo cartoon e inspirado em jogos como Kingdom Rush e Plants vs Zombies, o game, segundo Filipe, é direcionado para estudantes de todas as idades. “A ideia era fazer o jogo para alunos do Ensino Médio, mas começamos a discutir as estéticas e chegamos ao cartoon, o que acaba abarcando também crianças e jovens em idade escolar”, conta Filipe.

O jogo é a terceira parte de uma trilogia, que começou em 2008 com o game “Tríade”, sobre a Revolução Francesa, seguido por “Búzios: Ecos da Liberdade em 2010”, sobre a Revolta dos Búzios, ambos financiados pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia (Fapesb).

Da ideia até o lançamento da versão de teste, neste Dois de Julho, o grupo levou 10 meses para produzir o game, financiado pela Secretaria de Cultura do Estado ao custo de R$ 90 mil.

Lynn Alves, coordenadora do grupo Comunidades Virtuais, explica que eles estão sempre de olho em editais para conseguir financiar os projetos da equipe. “Fazemos reuniões, produzimos o projeto e mandamos para o edital. Depois de aprovado, fazemos reuniões de trabalho, roteiro, arte, design, conteúdo, programação, música. A grande dificuldade é desenvolver jogos para educação que sejam divertidos”, pontua.

Antecipando-se a possíveis críticas com relação a imprecisões históricas, Filipe Pereira destaca que nunca foi intenção do grupo encerrar o assunto no game, ou que o jogo substituísse os livros de História. A ideia, de acordo com o jovem, é que o game capture o interesse do jogador para o tema e o faça procurar um livro. “É que nós já recebemos algumas críticas, por exemplo, sobre a extensão da participação de Maria Quitéria na independência, personagem colocada em destaque no game”, explica.

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