Aos gritos de “na ALBA ou na rua, a greve continua” os professores saem do prédio da ALBA e informaram que o comando de greve irá ocupar uma escola pública da rede estadual.

Não houve necessidade da ação policial, os professores da rede estadual de ensino deixaram a Assembleia Legislativa da Bahia no fim da tarde desta sexta-feira (20) de forma pacífica. Eles desmontaram o acampamento que estava armado há mais de 90 dias no saguão da instituição e desceram a rampa que dá acesso à unidade aos gritos de “na ALBA ou na rua, a greve continua”.

Os professores informaram que o comando de greve irá ocupar uma escola pública da rede estadual e a paralisação não terminou. Neste sábado (21) a paralisação dos educadores baianos chega ao 102° dia.

O deputado Marcelo Nilo, presidente da Assembleia Legislativa da Bahia, disse em entrevista coletiva à imprensa na tarde de ontem, que não pediria a ação da Polícia Militar na retirada dos professores grevistas da rede estadual de ensino. “O que eu quero é o cumprimento da ordem judicial. Nós estamos em um estado de lei em um país democrático em que a lei é soberana”.

Os últimos momentos dos manifestantes nas dependências da Assembleia Legislativa não foram nada agradáveis. Os professores ficaram sem iluminação e ar condicionado, já que a energia e a água foram cortadas por ordem do presidente da casa, Marcelo Nilo.

O Tribunal de Justiça da Bahia determinou que os professores grevistas desocupassem o saguão da Assembleia Legislativa até às 14h desta sexta. O tribunal disse através da assessoria de imprensa, que quem deve pedir ação da Polícia Militar para a retirada dos professores é o presidente da casa, o mesmo que recorreu ao TJ para conseguir um pedido de Reintegração de Posse, que foi emitido pela Justiça, que autoriza inclusive que a PM atue para a saída dos professores.

A classe reivindica o pagamento do aumento pleiteado de 22% ao longo de 2012, desde que este valor seja válido para todos os professores – de todos os níveis, incluindo aposentados e probatórios. Os professores também querem a revogação da lei que transforma o vencimento dos docentes não licenciados em subsídio, aprovada na Assembleia Legislativa em abril, além do pagamento dos salários cortados.