Em maio, já em greve, os Professores de Ubaitaba receberam o governador Wagner com faixas de protesto. Eles pareciam adivinhar que os recursos jurídicos substituiriam as negociações.

Sem avanços nas negociações e há mais de três meses em greve, os professores da rede estadual da Bahia decidiram continuar com a paralisação. A decisão foi tomada em assembleia realizada na manhã desta terça-feira (10), em frente a Secretaria Estadual da Educação. Uma nova assembleia foi marcada para a próxima sexta-feira (13).

Na última sexta-feira (6) o Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA) por meio da desembargadora Dayse Coelho, considerou o movimento ilegal e determinou o fim imediato da paralisação, estabelecendo multa diária de R$ 10 mil em caso de descumprimento.

Agora, o Ministério Público do Estado da Bahia (MPE) vai entrar em campo para intermediar as negociações com o governo do Estado. “Esperamos que com a ação do MP, as coisas se resolvam até sexta-feira”, afirmou Rui Oliveira, coordenador do o Sindicato dos Trabalhadores em Educação da Bahia (APLB).

O surgimento do MP como mediador aconteceu depois do pedido da APLB na semana passada semana passada, ontem (9) o governador Jaques Wagner também fez solicitação ao Ministério Público para intervir nas negociações. Nesta terça à tarde, a Promotoria se reúne com os próprios professores. Na quarta, a entidade vai conversar com o governo. Na próxima quinta, o encontro será com o governo e sindicato na mesma mesa.

A Secretaria Estadual da Educação (SEC) através do secretário Osvaldo Barreto, lamenta a decisão da assembleia dos professores, realizada nesta terça-feira (10), de manter a greve que passa dos 90 dias. Mas, não fez nenhuma proposta diferente da que foi apresentada pelo Estado no dia 4 de junho, concedendo uma melhoria da remuneração dos professores via progressão funcional e que, de imediato, foi descartada pelos professores.

A categoria reivindica o pagamento do aumento pleiteado de 22% ao longo de 2012, desde que este valor seja válido para todos os professores – de todos os níveis, incluindo aposentados e probatórios.

De acordo com a diretoria de assuntos jurídicos da APLB, os professores também querem a revogação da lei que transforma o vencimento dos docentes não licenciados em subsídio, aprovada na Assembleia Legislativa em abril, além do pagamento dos salários cortados.