Greve dos Professores: enquanto negociações não acontecem de verdade, já são 56 dias sem aulas e com prejuízo para os estudantes da Bahia
A greve dos professores da rede estadual da Bahia completa 56 dias, as negociações não avançam e a paralisação continua. Em assembleia geral realizada nesta terça-feira (5) os educadores decidiram manter a greve até que o governo do Estado atenda às exigências.
Ainda ontem (4), o governador Jaques Wagner recolocou à mesa de negociação a mesma proposta apresentada antes e que já tinha sido rejeitada pelos professores. O governo quer pagar um reajuste de 4% em novembro de 2012, e 3%, em abril de 2013. O que não contempla toda a categoria. No entanto, os professores grevistas exigem que o governo pague a toda a categoria o reajuste de 22,22% previsto em acordo assinado ano passado. Entretanto, o Executivo concedeu o aumento sugerido apenas para um quadro especial – que reúne os professores do chamado magistério. Os demais recebem 6,5%, igual a todos os servidores do estado.
Enquanto o governo do Estado massifica as ações na mídia e faz propaganda em horário nobre da televisão para passar a ideia de que esta fazendo todo o possível para normalizar a situação, os professores, por outro lado, se manifestam nas redes sociais e expõem o que acham das ações e propostas do governo Wagner.
No grupo do Facebook “Professores do Estado da Bahia”, espaço que os educadores utilizam para trocar informações sobre a greve, um professor fez a seguinte ponderação sobre a proposta atual do governo: “Não pode esquecer que tem muitos professores fazendo curso, especialização, mestrado, até em fase de conclusão, para dar entrada no plano de carreira. Se aceitar essa proposta do governo essas pessoas só poderão da entrada na progressão mediante o curso que estão fazendo depois de 2 anos e isso vai ser uma perda para eles. E muitos deles estão se aposentado, estão fazendo seus cursos justamente para aumentar o salário, se a proposta for aceita essas pessoas terão feito o curso em vão, sem falar que gastaram dinheiro para fazer o curso. O aumento só servirá se for na base salarial, até porque incidirá as outras vantagem encima da base salarial ai o ganho real será mais que os 22,22%.” Após convidar os colegas a não aceitarem a proposta ele concluiu: “Sem piso, não piso”.
Já outro fez o seguinte comentário: “A ideia do aumento na forma de progressão não vai valer para todos. Somente 10% da categoria. Deste jeito continua tudo o mesmo, o ditador tem que dar os 22,22% imediatamente. Vamos aguentar mais um pouco. A luta continua companheiros. […,..] …a greve continua.”
Enquanto as negociações não acontecem de verdade, os estudantes da Bahia ficam no prejuízo. Em todo o estado da Bahia, são mais de um milhão de alunos fora das salas de aula.
Jamil Souza