Vaqueiro na abertura da festa do Reisado de São Vicente no distrito de Tiquaruçu, em Feira de Santana. (Foto: Jamil Souza)
Vaqueiro na abertura da festa do Reisado de São Vicente no distrito de Tiquaruçu, em Feira de Santana. (Foto: Jamil Souza)

A lei que eleva a vaquejada à condição de manifestação cultural nacional e de patrimônio cultural imaterial foi aprovada apenas uma semana depois da manifestação que tomou a Esplanada dos Ministérios, em Brasília, de pessoas a favor dos vaqueiros e da vaquejada no Brasil. O Projeto de Lei da Câmara dos Deputados (PLC) 24/2016, foi aprovado sem alterações no Plenário do Senado Federal na tarde de ontem (01/11). O texto agora segue para sanção presidencial.

O projeto, de autoria do deputado federal Capitão Augusto (PR/SP), teve como relator, na Comissão de Educação, Culta e Esporte, o senador Otto Alencar (PSD/BA). O senador emitiu parecer favorável e aproveitou a oportunidade para votar requerimento pedindo regime de urgência para sua análise no plenário do Senado, o que ocorreu na sessão deliberativa desta tarde, aprovado por votação simbólica. O projeto já havia sido aprovado pela Câmara dos Deputados.

Vaqueiros protestam, na Esplanada dos Ministérios, contra a proibição da vaquejada. (Foto: Marcelo Camargo /Agência Brasil)
Os vaqueiros protestaram na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, contra a proibição da vaquejada. (Foto: Marcelo Camargo /Agência Brasil)

Otto Alencar (PSD/BA), comemorou a vitória do projeto e reiterou que a vaquejada é um tema importante e que deve ser respeitado. “Fico muito feliz em saber que temos um caminho para que não se permita que acabe uma cultura tão enraizada quanto a vaquejada no Nordeste e em várias outras regiões do país. A votação foi quase unânime na Comissão e no plenário, afirmou.

A proposta não legaliza a prática, mas segundo Alencar é um primeiro passo para reverter a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que há duas semanas julgou inconstitucional lei do Ceará que regulamentava a prática como manifestação cultural e esportiva.

Na votação realizada na comissão, mais cedo, a maioria dos senadores presentes defendeu a vaquejada — nomes como Ricardo Ferraço (PSDB/ES), Ciro Nogueira (PP/PI), José Agripino (DEM/RN) e Roberto Muniz (PP/BA), que pediu a palavra para discursar sobre a evolução da prática.  “Todo o Nordeste tem aperfeiçoado a vaquejada através de atividades, atitudes e leis que fazem privilegiam o bem-estar dos animais. Assim tem sido em todos os estados brasileiros e tem sido assim no dia a dia das vaquejadas”, finalizou Muniz.

A senadora Lídice da Mata (PSB/BA) destacou: “Eu não creio que possa haver uma discussão que negue essa proposta”, divulgando o seu voto a favor do projeto. Garibaldi Alves Filho (PMDB/RN) fez um longo discurso sobre a importância não só cultural, mas também econômica, da vaquejada para todo o país. O senador fez questão de citar os vaqueiros. “Eu queria chamar atenção para o cuidado que sempre houve por parte dos vaqueiros com relação àqueles que realmente dependem desses cuidados, que são os animais, o gado.”