O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, disse ontem (2) em entrevista exclusiva à Agência Reuters, que tem esperanças de que o país consiga abrir uma embaixada em Cuba antes da reunião da Cúpula das Américas, em abril, no Panamá.

“Minha esperança é de que possamos abrir uma embaixada em Cuba antes da cúpula”, disse. Ele ponderou, entretanto, que será preciso bastante tempo para a normalização total das relações com Cuba, após mais de meio século de ruptura. “Há muito trabalho que ainda precisa ser feito para restabelecer plenamente as relações”, acrescentou.

Conhecido em Cuba como "el bloqueo", o embargo imposto pelos EUA ao governo cubano em 1962, é considerado um dos mais longos do mundo contemporâneo. (Foto: Reprodução)
Conhecido em Cuba como “el bloqueo”, o embargo imposto pelos EUA ao governo cubano em 1962, é considerado um dos mais longos do mundo contemporâneo. (Foto: Reprodução)

Na última sexta-feira e sábado (27 e 28 de fevereiro), os dois países tiveram mais uma rodada de reuniões para discutir a reaproximação, anunciada em dezembro. Cuba insiste que os Estados Unidos devem retirar o país da lista das nações consideradas “terroristas” e também pede que o Executivo pressione a votação pelo fim do embargo econômico no Congresso americano. “Há muito trabalho que ainda precisa ser feito para restabelecer plenamente as relações”, disse.

Apesar da iniciativa, o presidente americano encontra resistência entre alguns deputados e senadores, principalmente entre os republicanos. Obama usou o mesmo tom do discurso adotado em dezembro, quando anunciou a reaproximação histórica.

“Após 50 anos de uma política que não funcionou, precisamos tentar algo novo que encoraje e que, em última instância, eu acho que força o governo cubano a se engajar em uma economia moderna. E que isso vai criar mais espaços de liberdade para o povo cubano”, observou. (Agência Brasil)