Em todo o país serão criadas neste fim de ano 155 mil vagas de trabalho temporário. O número é 5,5% maior que o do mesmo período de 2011. A estimativa é da Associação Brasileira das Empresas de Serviços Terceirizáveis e de Trabalho Temporário (Assertem).

“Entendemos que esse aumento se deve ao fato da economia estar mais estável, ao [maior] acesso ao crédito, à redução da taxa de juros e ao Imposto sobre Produtos Industrializados [IPI – que teve a redução prorrogada pelo governo federal para produtos como carros, geladeiras e móveis, entre outros]. As ações que o governo dotou estimulam as compras e, consequentemente, as contratações”, disse a presidenta da Assertem, Jismália de Oliveira Alves.

Segundo ela, São Paulo será responsável pelo maior número de contrações. “São Paulo lidera o número de contratações, com 29,87% [do total de contratações previstas em todo o país], o que corresponde a 46.299 vagas”, disse em entrevista à Agência Brasil, ressaltando a importância do setor comercial na criação de vagas temporárias.

“A indústria deve atender 25% dessas vagas e o comércio, portanto, fica com 75%. No caso do comércio, os principais contratantes são os shoppings centers, os supermercados, as lojas de departamento e o varejo de rua”, ressaltou. Em média, o comércio deve pagar em torno de R$ 872 (aumento de 3,5% em relação ao ano passado) e, a indústria, em torno de R$ 1.115 (crescimento de 5% em comparação a 2011).

Para Jismália, os jovens devem ser os mais beneficiados pelo trabalho temporário. “O trabalho temporário também traz para os jovens, em situação de primeiro emprego, a oportunidade da inserção no mercado de trabalho. Cerca de 20% destas vagas são destinadas para os jovens nessa condição”, disse, ressaltando que o emprego temporário é uma boa chance para quem busca um trabalho efetivo.

“Sempre sugiro que as pessoas encarem a oportunidade não apenas como um trabalho temporário, mas como oportunidade de efetivação. A pesquisa indica que 23 mil trabalhadores, das 155 mil vagas, terão a oportunidade de ser efetivados”, declarou.

Segundo a presidenta da Assertem, é importante também que os candidatos a vagas temporárias observem a legalidade do contrato de trabalho. “O trabalhador temporário tem todos os direitos do trabalhador efetivo, exceto a monta do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço [FGTS] e também o aviso prévio. Portanto, ele deve ficar atento a essa relação formal. A pessoa precisa exigir o registro em carteira e um contrato de trabalho que vai estabelecer as regras desta relação”, orientou.

Para Jismália, o trabalho temporário traz benefícios mesmo para as pessoas que não forem efetivadas. “Mesmo que a pessoa não seja efetivada, ela sairá com o ganho de ter adquirido experiência, ou de ter se qualificado, o que a habilita a se lançar no mercado de trabalho buscando uma nova oportunidade muito mais fortalecida”.

Agência Brasil