A imagem do orixá Oxalá, instalada na Praça dos Orixás, em Brasília, Distrito Federal, foi incendiada na madrugada desta segunda-feira (11). Na praça, que fica na área conhecida como “Prainha”, no Lago Sul, há mais 15 esculturas que representam orixás do candomblé, que não foram atingidas. A Polícia Civil do Distrito Federal informou que o caso vai será apurado pela Delegacia Especial de Repressão aos Crimes por Discriminação Racial, Religiosa ou por Orientação Sexual ou contra a Pessoa Idosa ou com Deficiência (Decrin).

O presidente da Federação de Umbanda e Camdoblé de Brasília e Entorno, Rafael Moreira, disse que recebeu a informação de uma candomblecista que foi à praça para fazer uma oferenda e viu a imagem em chamas. Segundo Moreira, moradores de rua relataram ter visto uma mulher descer de um carro, jogar um líquido na estátua e atear fogo. O Corpo de Bombeiros foi acionado e apagou o fogo. No entanto, disse o presidente da federação, a imagem ficou 90% destruída.

Imagem queimada de Oxalá, entidade máxima do candomblé, na Praça dos Orixás em Brasília. (Foto: Mateus Rodrigues/G1)
Imagem queimada de Oxalá, entidade máxima do candomblé, na Praça dos Orixás em Brasília.
(Foto: Mateus Rodrigues/G1)

No início do ano, a estátua de Oxalá, que é o orixá associado à criação do mundo e da espécie humana, já havia sido atacada. Vândalos tentaram cerrar o cajado do orixá, mas não conseguiram levar a peça.

Para Moreira, trata-se de um crime de intolerância religiosa. “Há uma junção de três crimes: crime de intolerância religiosa, que não tem como ser descartado porque qualquer cidadão que venha a destruir símbolo religioso é intolerância religiosa, mais o crime de vandalismo e de destruição de patrimônio público”, disse. “Vamos torcer para que, de fato, se consiga descobrir alguma coisa, que saia do papel”, completou Moreira, referindo-se às investigações.

Em novembro do ano passado, também no Distrito Federal, um terreiro de candomblé foi incendiado no Núcleo Rural Córrego do Tamanduá, no Paranoá. O fogo começou de madrugada e destruiu o barracão da casa. Cinco pessoas dormiam no local, mas ninguém ficou ferido. A suspeita dos frequentadores do terreiro é que o incêndio tenha sido motivado por intolerância religiosa. Mais dois templos foram atacados em setembro do ano passado em dois municípios goianos: um em Santo Antônio do Descoberto e outro em Águas Lindas. Ambos foram incendiados, sendo que o primeiro foi atacado duas vezes. Fonte: Agência Brasil