Construção do Shopping Popular: Apesar das críticas, José Ronaldo assina ordem de serviço
Apesar das críticas ao projeto, ele é apontado pelo Governo Municipal como o principal investimento de um conjunto de obras e intervenções que vem sendo realizadas desde o lançamento do Pacto da Feira, em fevereiro de 2013. O Shopping Popular teve a sua ordem de serviço assinada no Paço Municipal Maria Quitéria, na manhã desta quarta-feira (14), pelo prefeito José Ronaldo de Carvalho. De acordo com a prefeitura, o projeto é voltado a promover e requalificar o Centro Comercial de Feira de Santana.
As críticas ao projeto partem principalmente de comerciantes dos boxes de artesanato localizados no Centro de Abastecimento. Eles alegam que, com a construção do Shopping Popular, terão que sair daquele local o que vai prejudicar diversas famílias de comerciantes e artesãos que tiram o sustento dos produtos ali vendidos desde a construção do equipamento.
A prefeitura justifica a saída daqueles comerciantes afirmando que o Shopping Popular será um grande centro de comércio popular, que acolherá cerca de 2 mil comerciantes ambulantes que atualmente se encontram pulverizados com suas barracas pelas ruas centrais do comércio local. O shopping será construído e administrado por um pool de quatro empresas que participaram de licitação pública e que se uniram num consórcio presidido pelo empresário Elias Tergilene, responsável pela implantação de vários empreendimentos similares, no sudeste do país.
Ainda de acordo com a Secretaria do Trabalho, Turismo e Desenvolvimento Econômico que toca empreendimento, o projeto se constitui numa soma de esforços que abrangeu as demais secretarias de governo, culminando com uma série de assembleias e reuniões envolvendo todas as classes produtoras, incluindo sindicatos de vendedores ambulantes e do comércio, a Associação Comercial e Câmara dos Dirigentes Lojistas, cujos representantes referendaram o ato de assinatura do contrato.
Na cerimônia de assinatura da ordem de serviço, o prefeito José Ronaldo fez uma retrospectiva de todo o processo que envolveu a formatação do equipamento orçado em R$ 55 milhões, e das pressões que sofreu dos vários segmentos relacionados ao projeto.
Agora é esperar pra ver se a construção do Shopping Popular vai de fato resolver o congestionamento nas ruas do centro comercial de Feira de Santana provocado pelo acúmulo de barracas e vendedores ambulantes que transformam o centro numa eterna feira livre. Ou se vai ser mais um engodo, tornando-se um empreendimento semelhante ao Feiraguay que apenas contribuiu para enriquecer uns poucos comerciantes e em nada melhorou a situação do centro da cidade.
Vale lembrar que a construção dos boxes do Feiraguay, na praça Presidente Médici, foi defendida com o argumento de que acabaria com o comércio ambulante no centro de Feira. Hoje, vemos que isto foi uma grande mentira e que só perdemos mais uma praça.
Jamil Souza