A taxa média de juros do cartão de crédito chegou a 350,79% ao ano, segundo levantamento da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac) divulgado nesta segunda-feira (14). Ao mês, a taxa do cartão está em 13,37%, aumento de 0,34 ponto percentual em relação a julho.

No cheque especial, a taxa média ficou em 218,17% ao ano (10,14% ao mês), com elevação de 0,04 ponto percentual na comparação com julho. A taxa média geral de juros para pessoa física teve um aumento de 0,08 ponto percentual entre julho e agosto, chegando a 128,78% ao ano – 7,14% ao mês. Além do cartão de crédito  e cheque especial, a pesquisa leva em consideração o crédito para automóveis, o financiamento pessoal em bancos, o crédito em financeiras e os juros do comércio.

Houve elevação em todas as seis linhas de financiamento pesquisadas, maior destaque foi o cartão de crédito, com alta de 7,58%, o maior nível de correção já registrado desde setembro de 2012. A rolagem da dívida do cartão de crédito em um ano aumentou (de 192,94% em janeiro último) para 216,59%. Juros. (Foto: Caio Gomez/CB/D.A Press)
Os juros do cartão são astronômicos. Os usuários sofrem com o abuso dos bancos. (Foto: Caio Gomez/CB/D.A Press)

Para pessoa jurídica, a taxa média geral de juros subiu 0,03 ponto percentual e ficou em 61,77% em agosto – (4,09% ao mês). São consideradas as taxas para cheque especial, desconto de duplicatas e crédito para capital de giro. A maior deles é do cheque especial, 6,99% ao mês.

A Anefac atribuiu o aumento dos juros ao cenário econômico instável, que aumenta o risco de inadimplência. “Este cenário se baseia no fato dos índices de inflação mais elevados, aumento de impostos e juros maiores reduzirem a renda das famílias. Agregado a isto o baixo crescimento econômico, o que deve promover no crescimento dos índices de desemprego”, ressalta a nota da entidade.

A associação lembra ainda que a elevação da Contribuição Social sobre o lucro líquido (CSLL) para os bancos deve compor novos aumentos nos juros. A medida que aumenta o tributo de 15% para 20% entrou em vigor no início de setembro. (Agência Brasil)