Em greve desde o dia 11 de março, os professores da Rede Municipal de Feira de Santana resolveram, nesta sexta-feira (29), finalizar a paralisação. A decisão aconteceu durante uma assembleia da categoria.

Essa greve foi marcada por ocupações de prédios públicos por integrantes da APLB, sindicato dos servidores em educação, e que tem a Professora Marlede Oliveira como um de seus principais articuladores. A Câmara de Vereadores, a Prefeitura Municipal e até o prédio da Secretaria Municipal foram ocupados por professores manifestantes. Numa dessa ocasiões, o Prefeito Colbert Martins da Silva Filho (MDB) deu autorização para que a Guarda Municipal trancasse, à chaves, o prédio da Prefeitura impedindo a entrada ou saída dos manifestantes. Presos no prédio, os professores usaram as redes sociais para manifestar suas críticas ao gestor municipal.

Membros da APLB em audiência no Ministério Público do Trabalho. (Fotos: Ascom APLB Feira)

Apesar de ter sido declarada ilegal pela Justiça, a greve prosseguiu. Segundo nota da APLB, a decisão pelo encerramento do movimento grevista só aconteceu “após a solicitação do retorno às atividades ter sido feita pelo próprio Prefeito do Município, Colbert Martins Filho”, ao comando da greve. A audiência com o prefeito e que pôs fim à greve dos professores aconteceu, não na Prefeitura, como seria de se esperar, mas, no Hotel Acalanto. A reunião contou com a presença dos Secretários Justiniano França, de Serviços Públicos, e Paulo Aquino, de Governo.

Para o jornalista Janio Rego, do Blog Feira, a greve serviu para duas coisas: 1 – causar enorme desgaste para APLB e a Professora Marlede Oliveira e; 2 – revelar a “face intransigente” do prefeito Colbert Martins Filho (MDB). O polêmico jornalista usou sua conta pessoal no Twitter para resumir a greve do professores e pontuou: “a grande perdedora foi a educação pública, as crianças”.

Confira a seguir, a íntegra da nota oficial emitida pela APLB Sindicato.

A LUTA DOS TRABALHADORES EM EDUCAÇÃO GARANTE CONQUISTAS E ENCERRAMENTO DA GREVE DA REDE MUNICIPAL

Os trabalhadores da rede municipal de ensino de Feira de Santana decidiram em assembleia realizada nesta sexta-feira (29) em encerrar a greve.

A categoria que está em greve desde o dia 11 de março, decidiu encerrar o movimento após a solicitação do retorno às atividades ter sido feita pelo próprio Prefeito do Município, Colbert Martins Filho, em audiência realizada no fim da manhã de ontem, 28, no Hotel Acalanto, onde na presença do comando de greve, dos Secretários Justiniano França, de Serviços Públicos, e de Governo, Paulo Aquino. O Prefeito se comprometeu a convocar a comissão da Reformulação do Plano de Carreira, para a realização do estudo do impacto orçamentário do plano após a suspensão da greve. Os profissionais da educação aguardaram também a resolução da audiência no Ministério Público do Trabalho, realizada na manhã de hoje, 29, onde houve a representação o Governo Municipal na pessoa do Procurador do Município, Dr. Cleudson Almeida, mediada pelo Procurador do MPT, Dr. Bernardo Guimarães Carvalho, que após não serem aceitas as propostas de marcação de uma data para iniciação das discussões sobre a Reformulação do Plano de Carreira pela parte do Governo, recomendou a categoria que retornasse às aulas, e que solicitasse as próximas audiências no próprio MPT, já na próxima semana, convocando o Prefeito do Município, a Secretaria de Educação, a APLB Feira e representantes da categoria.

O Governo Municipal atendeu os outros pontos de pauta de reinvindicações da categoria, com exceção dos Precatórios do FUNDEF, que está sob judice onde ainda terão outros momentos para a discussão. Durante a greve foi garantido o direito ao reajuste proposto pelo MEC de 4,17, porém parcelado para duas vezes, em abril e julho, retroativo a janeiro, os 10% de Regência de Classe do Ensino Fundamental II, e a Alteração de carga horária dos professores que constam na lista encaminhada pela entidade, e que aguardam apenas a publicação no Gabinete do Prefeito.

A partir da próxima segunda-feira, 1 de abril, as aulas serão reiniciadas, com calendário de mobilização e luta da categoria, onde será denunciado ao Ministério Público (MP) os graves problemas da rede, como a falta de merenda, falta de professores e carteiras, entre outros, constatado por toda a comunidade feirense no início do ano letivo de 2019.

É a luta coletiva que garante conquistas! É esse o sentimento que move a luta do dos trabalhadores em educação da Rede Municipal de ensino de Feira de Santana.

A LUTA CONTINUA!

APLB SINDICATO, SÓ CONQUISTA QUEM LUTA!