Café Dramático no MAC: Crônicas de Clarice Lispector foram tema da 3º edição do evento no museu
A 3º edição do Café Dramático no MAC, evento que acontece, como o nome denuncia, no Museu de Arte Contemporânea Raimundo Oliveira (MAC), foi realizado na noite desta quarta-feira, 11, e reuniu jovens interessados por arte e pelos textos de Clarice Lispector. Quem conhece as obras da famosa escritora sabe que, em muitas de suas criações, a autora foca na epifania: momento em que as personagens, retratadas nos textos, se deparam com o imprevisto de um súbito instante de revelação, provocado por um acontecimento banal do cotidiano, que as levam a um processo de autoconhecimento e lucidez.
Emoção e uma relação de intimidade entre os textos de Lispector e os presentes ao evento, foram flagrantes. A estudante de letras Théssia Brito não conseguiu segurar as lágrimas diante dos textos da escritora, interpretados durante o 3º Café Dramático no MAC.
“Desde o início eu sabia que seria emocionante. Mas conforme a leitura dramática foi sendo feita começou a vir à memória lembranças sobre a falta de tempo que a gente tem para dedicar à arte. A gente não tem mais tempo. Assim, eu visualizei todos os meus livros, que comecei a ler e que estão pela metade, e como eu gosto de ler e esse prazer foi tirado por causa das obrigações diárias, principalmente por causa da universidade. Lá a gente lê também, mas é por obrigação”, revelou a estudante.
Diferente das edições anteriores do projeto, em que foram interpretados textos genuinamente teatrais, como Roda Viva, de Chico Buarque e Navalha na Carne, de Plínio Marcos, as criações selecionadas, desta vez, foram crônicas escritas por Clarice Lispector para o Jornal do Brasil entre 1967 e 1975. “Os textos mais conhecidos de Clarice, são os contos, que são mais divulgados. Trabalhamos hoje a partir do livro A Descoberta do Mundo, que reúne crônicas. É uma homenagem dupla: a essa grande autora, que tem um reconhecimento internacional fortíssimo, e também às mulheres como um todo”, explicou o diretor e produtor do Café Dramático, Arailton Públio.
Com a plateia formada em sua maioria por jovens, o evento provou que a literatura e o teatro tem atraído e movimentado os espaços culturais da cidade. “O Museu está de portas abertas para o público em geral e para diversas linguagens artísticas. O Café Dramático tem atraído principalmente o público jovem. Acredito que pelo fato deles estarem mais antenados com esse movimento de leitura”, disse Edson Machado, diretor do MAC. Fonte: Ascom Funtitec/Edição Jamil Souza