Índio camelô vende seus produtos na Praça da Bandeira.

Você já ouviu falar em índio camelô?! Um índio da etnia fulni-ô, tribo localizada em Águas Belas, zona da mata pernambucana, há cerca de três anos, percorre o país como vendedor ambulante. Trata-se do indígena Jorge dos Santos que está em Feira de Santana vendendo produtos naturais, artesanato e apresentando rituais sagrados para o seu povo. Além de vender seus produtos, o índio denuncia a situação dos indígenas, quanto às políticas sociais do governo federal.

O índio Jorge está em Feira de Santana desde segunda-feira e deve embarcar para Brasília nesta semana. A sua bem equipada banca foi montada sob as árvores do início da rua Olímpio Vital, com a devida autorização da Secretaria de Trabalho, Turismo e Desenvolvimento Econômico, onde espera os seus clientes.

O índio fulni-ô Jorge dos Santos é da Zona da Mata pernambucana e percorre o país vendendo seus produtos e denunciando a situação do indígenas do Brasil. (Fotos: Secom PMFS)

Está acompanhado por uma filha adolescente, Gisele, do filho João Miguel dos Santos e da mulher Damiana dos Santos. Entre si falam na língua na tribo, o iatê. Além da linguagem própria, os fulni-ôs se destacam pela religiosidade e respeito irrestrito aos sinais da natureza. Afirmou estar sentido por não estar participando do retiro espiritual do Ouricuri, que a sua tribo participa anualmente, de setembro a dezembro.

Disse gostar do contato direto com a natureza, onde pode fumar o seu cachimbo tranquilamente. O fumo é parte importantes nos rituais religiosos dos indígenas. É um índio que tem orgulho da sua raça. Jorge dos Santos ostenta permanentemente um cocar colorido e vários colares.

Ou se pinta, de acordo com as tradições da sua tribo. Usa produtos naturais, como urucum. É antenado com os problemas que afetam os povos indígenas do país, principalmente no tocantes as ações do governo federal. Usa as redes sociais para conversar com índios de vários estados.

Pela primeira vez em Feira de Santana, o fulni-ô disse que ficou satisfeito com a receptividade dos feirenses. “Fomos bem acolhidos na cidade”.

O que não podia ser diferente, já que Feira de Santana é a terra da feira livre e do camelô. Tendo muitos dos seus cidadãos vivendo na informalidade, muitos dos quais, atuando como vendedor ambulante. Viva a economia informal! (Informações e fotos da Secom PMFS)