Com uma proposta definida por seus integrantes como experimental, a banda Baiana System já ocupa um espaço significativamente importante no Carnaval de Salvador e no cenário da música baiana. Com uma sonoridade bastante envolvente, Baiana System aponta um caminho interessante para a nova música da Bahia e, em especial, a tocada durante o carnaval. E faz isso não somente pela mistura que faz, mas, também pelo retorno às antigas e tradicionais sonoridades, a exemplo do resgate da guitarra baiana, o instrumento do qual tudo começou.

A banda foi última atração que se apresentou, nessa terça-feira (9), no palco principal do Largo do Pelourinho encerrando o Carnaval do Pelô deste ano. Mais uma vez os meninos da Baiana repetem o sucesso do carnaval anterior. Sobre essa participação da Baiana System e sua crescente ascensão no cenário da música da Bahia, a Agência Brasil produziu uma excelente matéria intitulada Banda Baiana System fecha carnaval do Pelourinho e que você confere a seguir.

Uma novidade no cenário da música da Bahia, a banda Baiana System encerrou o carnaval do Pelourinho nessa terça-feira (9).

Conhecida por misturar batidas de rock com o reggae e o rap, a banda teve o trio elétrico como primeira referência musical. Inicialmente no cenário alternativo de Salvador, Baiana System vem ganhando espaço em shows e apresentações pelo Brasil por trazer ao público músicas dançantes e letras politizadas. O vocalista do grupo, Russo Passapusso, classifica o som feito por eles como experimental.

Baiana System se apresentou no palco principal no Largo do Pelourinho. Foi a terceira vez que o grupo participa do Carnaval do Pelô. (Foto: Sidney Rocharte/ Ousar)
Baiana System se apresentou no palco principal no Largo do Pelourinho. Foi a terceira vez que o grupo participa do Carnaval do Pelô. (Foto: Sidney Rocharte/ Ousar)
A banda BaianaSystem é formada Roberto Barreto (guitarra baiana), Russo Passapusso (voz) e SecoBass (baixo) e alguns convidados especiais. (Foto: Reprodução/Facebook)
A banda BaianaSystem é formada Roberto Barreto (guitarra baiana), Russo Passapusso (voz) e SecoBass (baixo) e alguns convidados especiais. (Foto: Reprodução/Facebook)

“A principal característica de Salvador é misturar ritmos. A gente faz música para a rua, com influências da Jamaica, África, Bahia, Som Latino, muita coisa oriental (depois das viagens), influências orientais de escala. Muitos subgraves, som urbano, muito canto falado. Estar em cima do palco é um sentimento de gratidão, sempre trabalhamos com pergunta e reposta e hoje o público tem respondido muito bem, é incrível”, declarou o cantor.

A estudante Bruna Oliveira disse que começou a gostar das músicas em 2014 e que já apresentou o som para outros amigos. “Meus amigos de São Paulo se apaixonaram pelo som e fizeram questão de vir conhecer pessoalmente, mas já escutam sempre no celular. É dançante e diferente”, completou.

O produtor musical Zulú Araújo explica que o Baiana System sintetiza a contemporaneidade da música baiana. “Gosto do som deles, do conceito, e eles são excelentes músicos. O som deles é realmente experimental, porque o que é bom nunca deve estar pronto. A maior parte do público é de jovens, sem separação de classe ou de cor porque conseguem transmitir a música, isso é genial. Eles conseguiram recuperar para a Bahia o dinamismo do tropicalismo, quando inseriram a guitarra, o baixo, por exemplo. A aceitação da banda me agrada, porque confirma que o público gosta do que conhece, como disse Gilberto Gil”

Baiana System no Carnaval do Pelourinho 2016: Para o produtor musical Zulú Araújo a banda sintetiza a contemporaneidade da música baiana. (Foto: Snidney Rocharte/ Ousar)
Baiana System no Carnaval do Pelourinho 2016: Para o produtor Zulú Araújo a banda sintetiza a contemporaneidade da música baiana. (Foto: Snidney Rocharte/ Ousar)

Criado em 2009, o grupo se apresentou pela terceira vez, no palco principal do Largo do Pelourinho. Antes do grupo que representa a nova geração da música baiana, outras atrações se apresentaram: IFÁ Arobeat, grupo instrumental com elementos do ijexá, funk e afrobeat e o cantor Dão, como convidado.

No Circuito Batatinha, também no Pelourinho, 12 blocos e bandas afro se apresentaram nessa terça-feira, encerrando as apresentações do Carnaval 2016.

Apesar do estilo musical dessas e de outras atrações no Pelourinho, o carnaval deste ano no centro histórico homenageou os 100 anos do samba. O governo da Bahia adiantou que, no ano que vem, a homenagem do carnaval do Pelourinho será aos 50 anos do Movimento Tropicália, que surgiu na Bahia em 1967 e trouxe uma mistura entre o tradicional e a vanguarda. Entre os maiores nomes da tropicália, na música, estão Caetano Veloso, Gilberto Gil, Gal Costa, Os Mutantes e Tom Zé. Fonte: Agência Brasil