Enquanto o atual governo enfatizou os avanços das gestões Lula e Dilma na área da educação superior, os principais rivais na corrida presidencial criticavam, mas sem a aspereza tradicional de debates políticos, algumas políticas adotadas para o setor. Os programas de financiamento estudantil, no entanto, foram elogiados pelos adversários, que apenas sugeriram ampliações. Essa foi a tônica do debate feito na sede da Associação Brasileira de Mantenedoras do Ensino Superior (Abmes), tendo como pano de fundo propostas de melhorias para o ensino superior, voltado às instituições privadas de ensino.

Apenas o PT, o PSB e o PSDB participaram do debate, que teve a presença dos coordenadores da área de educação de cada candidato, representando os presidenciáveis. Ao contrário dos debates tradicionais entre candidatos, com réplicas, tréplicas e eventuais ataques ao adversário, o que se viu na terça-feira (2), em Brasília, foi uma troca cordial de ideias e, por algumas vezes, concordância entre os debatedores sobre temas da educação.

Em nome de Dilma Rousseff, o ministro da Educação, Henrique Paim, ressaltou os avanços do setor desde o início do governo Lula e destacou o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) e Programa Universidade para Todos (ProUni) como medidas que auxiliaram o ingresso de mais estudantes no ensino superior privado. Ele ressaltou que o Fies, criado no governo FHC, em 1999, foi “aprimorado em larga escala” e relacionou a economia à educação para rebater propostas dos outros partidos acerca da ampliação de financiamentos estudantis.

Nem PSDB, nem PSB criticaram o Prouni e o Fies. A socióloga Maria Alice Setúbal, representante de Marina Silva, adotou um discurso suave, reconhecendo os avanços feitos na educação superior nos últimos anos, mas sugerindo mudanças nesses programas para atingir as diferentes populações do Brasil.

Maria Alice também defendeu melhorias no ensino público médio e básico, como alicerces para que mais estudantes cheguem ao ensino superior em melhores condições. A professora Maria Helena de Castro, representante de Aécio Neves, seguiu uma linha semelhante. Ela considera que a má qualidade da educação básica no Brasil é o “grande problema” a ser solucionado. A proposta apresentada por ela inclui o investimento na formação de professores.

Segundo o Ministério da Educação, existem atualmente no Brasil 2,4 mil instituições de ensino superior, das quais 2,1 mil são privadas. De um total de 7 milhões de matrículas, 5,1 milhões são feitas nessas instituições. A maior parte, 76%, tem acesso a recursos públicos com programas como o Programa Universidade para Todos (ProUni) e o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies). Fonte: Agência Brasil.