Mais uma vez os ônibus coletivos do Sistema Integrado de Transporte da cidade voltam a ser alvo de críticas na Câmara de Vereadores de Feira de Santana. Desta vez, o protesto não veio de manifestantes no plenário da Casa da Cidadania como costumeiramente acontece, mas, da tribuna.  Ocorrido nesta quarta-feira (7), o protesto partiu do vereador Marcos Lima (PRP) que, durante o seu discurso, criticou o serviço prestados pelas empresas que operam o sistema de transporte público.

O vereador afirmou que, após o anúncio de venda das duas empresas de ônibus coletivos que atuam em Feira de Santana, a Viação Princesinha do Sertão e a Viação 18 de Setembro, os problemas do transporte aumentaram e consequentemente os transtornos para os usuários, também.

Em 2013, um dos ônibus da frota de coletivos urbanos da empresa Viação 18 de Setembro foi completamente destruído por incêndio após pane na parte elétrica. Foto: Jamil Souza
Em 2013, um dos ônibus da frota de coletivos urbanos da empresa Viação 18 de Setembro foi completamente destruído por incêndio após pane na parte elétrica. Foto: Jamil Souza

Marcos Lima reclamou da demora que passageiros enfrentam ao esperar o transporte. “As pessoas ficam no ponto cerca de 40 minutos a 1 hora esperando ônibus”, afirmou o vereador que atribuiu a existência do transporte clandestino às péssimas condições do transporte publico regular e do serviço ruim que é prestado à população pelos empresário do setor.

Vale lembrar, que os vereadores da Câmara Municipal de Feira de Santana tiveram uma oportunidade de defender os interesses da população e lutar pela melhoria do transporte público da cidade e jogaram fora. Isto aconteceu quando rejeitaram a proposta de criação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investigaria a situação do transporte coletivo urbano.

A proposta para a criação da CPI foi uma das lutas dos estudantes do Movimento Vem Pra Rua FSA que, em 2013, se mobilizaram em protestos por redução de tarifas e melhorias no serviço. Na Câmara Municipal, o vereador Pablo Roberto (PT) apresentou, no mesmo ano, um requerimento pedindo a criação da CPI, mas, a proposta acabou sendo rejeitada pela Casa da Cidadania de Feira de Santana. O requerimento do vereador petista foi rejeitado com a retirada das assinaturas de alguns vereadores da base de apoio do prefeito José Ronaldo.

Os vereadores governistas preferiram ficar do lado dos empresários do setor a defender os interesses do povo feirense que usa o péssimo sistema de transporte coletivo. Marcos Lima disse que apoiou o projeto de criação da CPI e não tirou a sua assinatura do requerimento de Pablo Roberto. O fato é que o povo trabalhador e os estudantes de Feira de Santana têm sofrido ao longo de anos com o descaso do poder público que insiste em virar as costas para o caos do transporte coletivo urbano na cidade.

Jamil Souza