Depois da intervenção da Justiça Federal e de ser considerada ilegal, finalmente chega ao fim a greve da Polícia Militar da Bahia, na tarde desta quinta-feira (17). Por causa da greve que foi deflagrada no início da noite da terça-feira (15), a vida dos baianos foi alterada. O medo e o terror tomou conta da população, o comércio teve prejuízos, estudantes ficaram sem aulas com o fechamento de escolas e universidades, a Micareta de Feira correu o risco de ser adiada e até os festejos religiosos foram alterados ou cancelados.

Grave da PM: Para garantir a segurança da população, o governo da Bahia solicitou ao governo federal autorização para o emprego das Forças Armadas na segurança pública. Foto: Reprodução
Para garantir a segurança da população, o governo da Bahia solicitou ao governo federal autorização para o emprego das Forças Armadas na segurança pública. Foto: Reprodução

O final da greve foi uma decisão tomada depois da reunião entre os representantes do governo do Estado e as entidades de classe dos policiais militares. A reunião que aconteceu no auditório da Câmara de Dirigentes Lojistas, contou com as presenças de várias autoridades; do vereador pelo PSDB Marco Prisco, um dos líderes do movimento; do Comandante Geral Cel. Castro; além do arcebispo primaz do Brasil, Dom Murilo Krieger.

A população da baiana sofreu com o terror provocado pela greve da PM, foram dois dias tensão e medo. Salvador virou uma terra sem lei, a cidade quase vira uma praça de guerra sem o policiamento nas ruas. Com a chegada das forças federais, as ações do exército e da Polícia Federal, o governo tentava garantir a segurança e levar tranquilidade para a população. Na capital, centenas de estabelecimentos comerciais foram saqueados por populares e os arrastões foram feitos em vários lugares da cidade.

Em Feira de Santana a guerra entre bandidos levou muitos jovens á morte prematura. Os bandidos sentiam-se livres para passear pelas ruas promovendo vários crimes e delitos. O primeiro dia de greve da Polícia Militar da Bahia na maior cidade do interior do estado foi extremamente violento, até o final da quarta-feira (16), já se contabilizava números alarmantes na cidade, sendo registrados 23 homicídios, 4 autos de resistência (troca de tiros de policiais e bandidos) e 1 latrocínio (roubo seguido de morte). Quase 40 pessoas morreram nas ruas de Feira de Santana e o comércio sofreu perdas irreparáveis, lojistas temendo assaltos e arrastões fecharam as portas.

A ida para as ruas de homens do exército sob a orientação do 35º Batalhão em Feira de Santana e do Coronel Paulo Sérgio, trouxe um alívio para os comerciantes da cidade e viabilizou o retorno dos ônibus coletivos que passaram a circular.

Algumas comemorações da Semana Santa sofreram alteração ou foram canceladas. A tradicional Procissão do Fogaréu que seria realizada hoje foi cancelada por falta de segurança e transporte, justificou o Arcebispo Metropolitano Dom Itamar Vian.

Muitas escolas particulares e públicas além de universidades paralisaram as suas atividades por causa da greve da PM em Feira de Santana. Um exemplo disso foi a Universidade Estadual de Feira de Santana, Uefs, que logo na noite de terça-feira, emitiu uma nota avisando a suspensão do expediente e de suas atividades.

A Micareta de Feira 2014 que seria adiada caso a greve continuasse, permanece sem alterações sem alterações na data e será realizada na data planejada. O prefeito José Ronaldo manifestou-se após saber do fim da greve da PM e garantiu que na próxima semana a festa acontece entre os dias 24 a 27 deste mês.

Após o anúncio do final da grave, o governador Jaques Wagner veio a público garantir a permanência das tropas federais, do exército e da Polícia Federal garantindo a segurança até o final do feriado da Semana Santa.

Ao poucos os baianos voltaram às suas vidas normais, alguns nem sequer interromperam suas atividades, mas, agora a tensão vai diminuir e rotina voltará à normalidade.

Jamil Souza