Eleita numa grande festa realizada na Senzala do Barro Preto, no bairro Curuzu em Salvador, a empresária Cynthia Paixão de Jesus tem 28 anos e é a Deusa do Ébano 2014 do bloco afro Ilê Aiyê.  A eleição aconteceu na noite deste sábado (8), Cyntia foi escolhida entre outras 14 finalistas num concurso que contou com a inscrição de 60 belas mulheres negras, todas desejosas em tornar-se a musa do Ilê no ano em que o bloco comemora seus 40 anos.

Carnaval 2014: A empresária Cynthia Paixão é eleita a Deusa do Ébano do Ilê Aiyê. (Foto: Márcia Luz/iBahia)
Carnaval 2014: Cynthia Paixão é eleita a Deusa do Ébano do Ilê Aiyê. (Foto: Márcia Luz/iBahia)

A grande e bela festa do Ilê Aiyê que foi transmitida ao vivo pela TVE, contou com a participação de vários convidados especiais. Houve performances do grupo de teatro Oludum e do ator global Lázaro Ramos que, além de participações em vários momentos da festa, foi responsável por entregar o troféu a Cynthia. A vencedora se destacou não só pela beleza, mas pelo desempenho com a coreografia e o figurino, além de demonstrar atitude e elegância. Como rainha, ela irá desfilar com o Ilê Aiyê durante o Carnaval, acompanhar o grupo em todas as apresentações ao longo do ano, inclusive, em viagens internacionais.

Além do troféu, Cynthia Paixão levou mais R$ 3.600 em dinheiro. Em segundo lugar ficou Vânia Silva Oliveira e em terceiro ficou Jedjane Mirtes de Souza. As duas receberam troféus e foram premiadas com R$ 3 mil e R$ 2.500 respectivamente, além receber a fantasia para sair com o Ilê no Carnaval este ano.

O carnaval deste ano é especial para o Ilê, criado em 1 de novembro de 1974 “o mais belo dos belos” é o mais antigo bloco afro do carnaval da cidade de Salvador. Também, foi o primeiro bloco afro do Brasil e hoje constitui um grupo cultural de luta pela valorização e inclusão da população afrodescendente, inspirando a criação de muitos outros grupos culturais no Brasil e no mundo.

Todo o ano,  o Ilê Aiyê repete um ritual antes de iniciar o seu carnaval. Na ladeira do Curuzu do bairro da Liberdade, o bloco reúne os associados, a comunidade e visitantes dos quatro cantos do mundo para “abrir os caminhos” pedindo permissão aos donos da rua para sair e fazendo pedidos de paz e felicidade aos orixás.

Jamil Souza