Menos de 24hs do final da greve da Polícia Militar (PM) da Bahia, um dos principais líderes do movimento grevista foi preso pela Polícia Federal. O presidente da Aspra, Associação de Policiais e Bombeiros e seus Familiares do Estado da Bahia, Marco Prisco, foi preso na tarde desta sexta-feira (18). O pedido de prisão preventiva do policial, que também é vereador em Salvador pelo PSDB, foi ajuizado pelo Ministério Público Federal da Bahia (MPF/BA) no início desta semana.

A greve da Polícia Militar em 2012 rendeu a vitória nas eleições e Marco Prisco tornou-se vereador de Salvador pelo PSDB. Foto: Reprodução
A greve da Polícia Militar em 2012 rendeu a vitória nas eleições e Marco Prisco tornou-se vereador de Salvador pelo PSDB. Foto: Reprodução

No ano passado, o MPF/BA denunciou Prisco e mais seis pessoas por crimes praticados contra a segurança nacional durante outra greve da PM, ocorrida em 2012. De acordo com o Ministério Público, os denunciados, entre vereadores, soldados e cabos da PM, auferiram com a greve lucros políticos nas eleições municipais.

Cópia do mandado de prisão preventiva de Marco Prisco ajuizado pelo Ministério Público Federal da Bahia (MPF/BA). Foto: Correio
Cópia do mandado de prisão preventiva de Marco Prisco ajuizado pelo Ministério Público Federal da Bahia (MPF/BA). Foto: Correio

A prisão do político teria acontecido por volta das 15:00 hs quando se dirigia para um resort em Costa do Sauípe onde  iria curtir o feriado da Semana Santa com a família.

Plano frustrado, ao invés de um luxuoso hotel em Sauípe o vereador Prisco foi para o Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília. Como a ordem para sua prisão partiu da Justiça Federal, e não do Governo do Estado, ele teria de ser recolhido em instituição prisional federal, por isso foi levado pela PF de helicóptero ao aeroporto de Salvador, de onde seguiu para o presídio da capital federal. Por estar sendo processado por crime político grave pelo MPF, qualquer recurso contra sua prisão somente pode ser ajuizado no Supremo Tribunal Federal.

Após a assembleia aprovar o fim da greve dos policiais, Prisco disse que “quase todas as reivindicações foram atendidas”. Segundo a Aspra, faz parte da proposta aprovada a anistia para policiais que participaram de manifestações em 2012 e para os que tomaram parte no movimento deste ano. Apesar do fim da paralisação, o governador do estado, Jaques Wagner, disse que a mobilização das tropas federais será mantida por meio da Garantia da Lei e da Ordem (GLO).

Assim que foi noticiada a prisão de Prisco, policiais fizeram protestos em frente a Câmara Municipal de Salvador e prometeram retornar à greve. O Deputado Estadual Capitão Tadeu (PSB) que foi um dos líderes do movimento grevista da Polícia Militar da Bahia, veio a publico e afirmou que deu ordem para que o efetivo policial fosse recolhido das ruas.

Com a prisão do vereador Marco Prisco, Tadeu assumiu a liderança do movimento e disse que a polícia militar vai ficar aquartelada e apenas 30% do efetivo vai estar nas ruas. Foi o bastante para a população voltar ao estado de pânico em que se encontrava durante os dias de greve.

Os policias militares chegaram a levantar a possibilidade de uma nova paralisação em protesto pela prisão do vereador Marco Prisco. Por meio de nota, o Comandante da Polícia Militar da Bahia Coronel Alfredo Castro, pediu que os oficiais e praças se mantivessem nos seus postos de trabalho, para assegurar ordem e a proteção dos baianos.