Produtos como CDs e DVDs continuam liderando o ranking de itens pirateados em todo o mundo, mas a atenção das autoridades se volta agora, de forma acentuada, para a falsificação de medicamentos, pelo grande risco que traz à saúde das pessoas, podendo, inclusive, matar.

Com o objetivo de debater as estratégias e os mecanismos de prevenção e  repressão a esse crime, o Instituto Brasileiro de Direito e Criminologia (IBDC) promove a partir de hoje (21), na sede da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), a 7ª Conferência  Internacional de Combate à Pirataria. O evento tem o apoio do Ministério da Justiça.

O coordenador da conferência, Ubirajara Chagas Favilla, diretor do IBDC, comentou, em entrevista à Agência Brasil, que enquanto a pirataria aumenta em todos os países, a capacitação dos agentes que atuam nessa área ainda é reduzida, mas destacou que a movimentação financeira é significativa. Para se ter uma ideia, lembrou que o tráfico de drogas movimenta  US$ 360 bilhões no mundo, de acordo com estimativas recentes. “Já a pirataria chega a US$ 1,2 trilhão, ou seja, três a quatro vezes mais que o tráfico de drogas. Já foi detectado que o dinheiro oriundo da pirataria compra armas e drogas, corrompe e, assim como  o narcotráfico,  o crime organizado, a lavagem de dinheiro, virou crime internacional”, disse Favilla.

O que ocorre, segundo ele, é que a pirataria é mais difícil de combater porque para cada item  falsificado, o agente público tem que ter uma capacitação específica. No caso de medicamentos, é preciso ter todas as informações ligadas ao setor farmacêutico. Na área de CDs e DVDs, deve-se conhecer a indústria fonográfica, formatação, o selo de segurança, entre outros quesitos. Em relação a vestuário, é necessário saber a marca, o sistema de produção, e aí entrar no mundo da confecção, “que é muito variado em termos de empresas. É muito abrangente”.

Em abril passado, a Operação Gol 14, feita pela Receita Federal, apreendeu nos portos brasileiros mais de 718 mil itens e duas toneladas de tecidos contrabandeados, avaliados em milhões de reais. Leia a íntegra desta matéria da Agência Brasil.