O cabo da Polícia Militar Edson Lopes, que é negro, diz que foi obrigado a se despir em um supermercado de Vitória, no Espírito Santo, para provar que não tinha roubado nada. “É uma situação difícil. Eu queria morrer a passar por uma situação dessa”, desabafa.

O cabo da PM do Espírito Santo mostra as duas garrafas de vinho que comprou, pagou e, pelas quais, foi acusado de roubo e constrangido por seguranças de supermercado. (Foto: Reprodução TV Globo)
O cabo da PM do Espírito Santo mostra as duas garrafas de vinho que comprou, pagou e, pelas quais, foi acusado de roubo e constrangido por seguranças de supermercado. (Foto: TV Globo / Reprodução)

Edson chora ao lembrar o que aconteceu no supermercado. Ele disse que foi injustamente acusado de furto. Ontem (18) à noite ele comprou dois vinhos e guardou a nota fiscal. Disse que após pagar, foi ao banheiro e conta que dois seguranças o obrigaram a tirar a roupa. “[O segurança disse] O senhor pagou esse vinho? Sim, paguei. Pediram a nota e mandaram eu tirar a roupa. O cidadão mandou tirar a roupa, me despir dentro do banheiro, foi uma coisa muito constrangedora.”

O cabo estava de chinelo, bermuda, camiseta e boné, e diz que sofreu preconceito. “Porque eu sou negro, porque eu ando às vezes de chinelo e me confundiram com um ladrão. Talvez seja por isso.”

O supermercado não deu entrevista, mas enviou um e-mail informando que “o fato não ocorreu e estamos buscando as imagens dentro da loja para comprovar e levar em juízo.”

O advogado Bruno Duque disse que se Edson provou que pagou pelos produtos, o supermercado pode ter cometido o crime de racismo. “Ele sendo abordado apresentando a nota fiscal, comprovando que ele adquiriu o produto e pagou, ele não poderia ter sido submetido ao constrangimento que ele sofreu.”

Fonte: G1 – Leia mais ou assista o vídeo da reportagem no Jornal Hoje