Movimentos sociais e familiares das pessoas que foram assassinadas na madrugada da última sexta-feira (6) , no bairro Cabula, em Salvador, questionam a versão da polícia sobre as circunstâncias das mortes. Durante ato feito ontem (11) em memória das vítimas, os manifestantes apontaram a prática de execução durante a abordagem da Polícia Militar (PM), por meio da Rondesp (Rondas Especiais).

“Na nossa avaliação, o que houve foi uma execução extrajudicial. Os jovens foram assassinados e torturados”, diz Henrique Silva, 25, que integra a campanha Reaja ou Será Morto, articulação de entidades que lutam contra o genocídio da população negra. Eles contestam até mesmo o número de mortos. Enquanto a polícia aponta que foram 12, o movimento sustenta que foram 13.

Além dos mortos, sete pessoas, incluindo um soldado, ficaram feridas, duas das quais continuam internadas em estado grave. Um adolescente foi apreendido e três suspeitos foram presos em flagrante; depois, tiveram a prisão preventiva determinada pela Justiça.

A operação foi motivada por denúncia que apontava que um grupo pretendia assaltar bancos na cidade, de acordo a Polícia Civil. O órgão afirma que as mortes dos suspeitos ocorreram durante tiroteio logo após a chegada dos policiais ao local onde estavam cerca de 30 pessoas. A polícia foi recebida com tiros. Um deles atingiu um soldado de raspão e, depois disso, foi estabelecido o confronto, conforme versão oficial.

Segundo a assessoria da Secretaria de Segurança Pública, o secretário Maurício Barbosa, que na sexta-feira classificou a ação da polícia como “enérgica” e “com rigor”, só voltará a falar sobre o caso depois da conclusão do processo. O órgão também informou que possíveis excessos serão apurados. Leia mais na Agência Brasil