O nome “Lucas da Feira” ecoa na memória do povo de Feira de Santana, maior cidade do interior da Bahia. Diversas histórias são contadas sobre o escravo fugido que se rebelou contra o destino traçado e tornou-se a figura histórica mais conhecida da cidade.

Temido pelos coronéis e outros “homens de bem” de sua época, Lucas causa polêmica até nos dias de hoje. Alguns afirmam que ele era apenas um bandido cruel. Já para outros, Lucas foi um herói que lutou com todas as armas contra a opressão racista e cruel de um mundo escravocrata.

Polêmicas à parte, o fato é que não existe nenhuma construção ou ação oficial que relembre a história de Lucas. Nehuma rua, praça ou monumento lhe faz alusão. Tudo sobre o “Lucas da Feira” é fruto de oralidade e vem da memória popular. Na literatura local, a maioria dos textos se colocam ao lado do discurso oficial, construído pelos que prenderam, condenaram e executaram o escravo Lucas em praça pública. Quase sempre é descrito como bandido cruel e perigoso.

Os “210 anos de Lucas da Feira” serão abordados num evento, neste sábado (21), no Mercado de Arte Popular (MAP) de Feira de Santana. O evento que contará com palestras, começa às 10 horas da manhã. Ao que parece, o MAP vai celebrar Lucas da Feira, pouco importando se ele é herói ou bandido. Palmas!

Jamil Souza