O cantor britânico David Bowie morreu neste domingo (10), aos 69 anos, ele lutava contra um câncer havia 18 meses.A morte foi anunciada por um comunicado em sua página oficial no Facebook.

Três dias antes de sua morte, Bowie havia lançado seu último disco intitulado “Blackstar”. O trabalho experimental contém sete faixas que misturam jazz , nas letras tamas que vão desde a Bíblia até “Laranja Mecânica”. Críticos de todo o mundo definem o 25º álbum do artista como uma obra-prima.

O cantor apresentou também o videoclipe de “Lazarus”, na qual está deitado, no que parece ser uma cama de hospital, com seus olhos tapados.

A seguir, saiba mais sobre a carreira de Bowie que conduziram o caminho para um trabalho como “Blackstar“.

Influência do rock

(Copyright - David Bowie, The Kon-Rads (1962) MIS / Divulgação - The David Bowie Archive 2012 © V&A Images)
(Copyright – David Bowie, The Kon-Rads (1962)
MIS / Divulgação – The David Bowie Archive 2012 © V&A Images)

David Bowie formou sua primeira banda em 1962, aos 15 anos de idade influenciado pelo rock and roll de Chuck Berry, Elvis Presley e Little Richard. A banda “The Kon-Rads” chegou a se apresentar em encontros de jovens e casamentos.

Ainda se apresentando como Davie Jones, ele entrou para sua segunda banda, chamada Roit Squad, que além de composições próprias trazia covers da banda “The Velvet Underground”. Em 1967, lançou seu primeiro disco como o nome artístico de David Bowie e banda própria, com influência principalmente do folk e da psicodelia dos anos 60.

Psicodelia e Folk

Em suas apresentações como um trio folk entre 1968 e 1969, Bowie incorporou mímica e poesia ao seu trabalho de palco, depois de estudar artes dramáticas com Lindsay Kemp. Em 11 de julho daquele ano, após a dissolução do trio, Bowie lança uma de suas músicas de maior sucesso.

“Space Oddity” narra a saga do astronauta Major Tom rumo à lua e veio a público cinco dias antes do lançamento da Apollo 11. Atingiu o 5º lugar no ranking musical do Reino Unido daquele ano com um dos versos mais emblemáticos de Bowie: “Planet Earth is Blue and there’s nothing I can do (Planeta Terra é azul e não há nada que eu possa fazer)”. O disco que leva o nome da música foi lançado em novembro daquele ano.

No ano seguinte, ele lança o disco “The Man Who Sold The World”, cuja faixa título também se tornaria um hit. Nessa fase, Bowie explora uma aparência andrógina e se apresenta para entrevistas usando vestido e cabelo comprido.

Ainda calcado no folk e na psicodelia, seu álbum seguinte Hunky Dory (1971) traz como destaque a faixa “Life on Mars?”, acompanhada de um videoclipe em que Bowie explora novamente seu figurino e sua faceta andrógina. O disco também homenageia algumas de suas principais referências com “Song for Bob Dylan”, “Andy Warhol” e “Queen Bitch”, em homenagem ao Velvet Underground.

Ziggy Stadust e a persona de Bowie

(Creative Commons - CC BY 3.0 - David  Bowie Divulgação)
(Creative Commons – CC BY 3.0 – David Bowie Divulgação)

Em 1972, Bowie apresenta ao mundo seu personagem alienígena Ziggy Stardust, que veio para salvar a terra com sua banda “Spiders From Mars”. Com cabelos tingidos de vermelho, muita maquiagem e uma apresentação visual mais impactante, o álbum “The Rise and Fall of Ziggy Stardust and the Spiders from Mars”  projeta Bowie para o topo do ranking musical britânico com a faixa “Starman”, que permanece por dois anos no topo das paradas.

O álbum traz ainda as faixas “John, I’m Only Dancing” e “All the Young Dudes”, que também alcançam sucesso no Reino Unido. É considerado o melhor disco dos anos 70 pela revista Melody Maker, especializada em música.

Após o sucesso em seu país, a turnê do disco segue para os EUA, onde Bowie compõe as músicas de seu próximo disco Aladdin Sane (1973), com a icônica capa em que seu rosto aparece pintado com um raio. O disco atinge o primeiro lugar no Reino Unido, com músicas como “The Jean Genie”, “Drive-In Saturday” e um cover dos Rolling Stones “Let’s Spend the Night Together”. Leia mais na Agência Brasil