Mesmo com a sinalização do fim da greve dos rodoviários, a população de Feira de Santana continuará sem ônibus coletivos. O transporte coletivo urbano está paralisado desde a terça-feira (23), início da greve, e continuará assim até a próxima sexta-feira (26).

O resultado da reunião entre a prefeitura, sindicato dos rodoviários e o Sincol, entidade que representa os interesses das empresas de ônibus, teve como resultado o encerramento da greve. Porém, os problemas de mobilidade do cidadão feirense continuarão até o dia 26 quando os rodoviários prometem voltar ao trabalho. Só nos resta esperar para saber se os velhos ônibus retornaram, ou não, às ruas de Feira de Santana.

O impasse, a longa discussão e a nota pública da prefeitura de Feira sobre a greve revelam que não há entendimento entre os empresários que exploram a concessão do serviço de transporte, representados pelo Sincol, e o poder publico municipal. A argumentação das empresas de que estão “quebradas”, de que necessitam de um urgente reajuste no preço da passagem e de outro adiantamento no pagamento dos vales transportes comprados pela prefeitura para voltar a operar na cidade, parece até chantagem.

Toda essa querela, somente atesta o quanto é pouco o interesse e a participação da prefeitura no debate sobre o transporte coletivo urbano e a crise deste setor que já é antiga e sempre trouxe prejuízos para a população. Mais uma vez, toda a problemática do transporte publico de Feira de Santana está resumida a uma única obra que é apontada pela Prefeitura como sendo a solução. No passado foi a construção do Sistema Integrado de Transporte, o SIT. Agora a sigla da vez, igualmente sugerida como única solução, é o BRT.

Com uma frota de ônibus envelhecida, a situação que era apenas de desconforto e de queixa pelos contantes atrasos por quebras e problemas mecânicos ou elétricos evoluíram e passaram a ser um risco para a população. Muitos ônibus pegaram fogo em Feira de Santana e por pouco não fizeram vítimas fatais. A longa espera, os atrasos e a notícia de ônibus coletivo quebrado em via pública ou pegando fogo virou coisa comum para os usuários do transporte público.

Sobre a greve que parou os ônibus coletivos em Feira

O feirense acostumado com o sofrimento nos ônibus coletivos começou a padecer com a completa ausência do transporte público na segunda maior cidade da Bahia desde a terça-feira, 23. A greve por tempo indeterminado foi deflagrada na antevéspera do Natal. Os transtornos provocados pela greve dos rodoviários em Feira de Santana continuaram, nesta quarta-feira (24), segundo dia do movimento que parou o transporte coletivo urbano no município.

Pontos de ônibus e terminais de transbordo completamente vazios. Sem ônibus, o transporte clandestino foi opção para quem não conseguiu viajar nas poucas Vans do transporte alternativo, opção apontada pela prefeitura para os usuários do transporte público.

Os motoristas e cobradores dos ônibus urbanos cobram o pagamento da segunda parcela do décimo terceiro salário e benefícios atrasados. Já as empresas estão ameaçando encerrar as atividades por conta de prejuízos supostamente causados pela redução da passagem. Vale lembrar que o preço cobrado na passagem em Feira de Santana é um dos maiores do Brasil e até mesmo de várias capitais do Nordeste.

A paralisação trouxe prejuízos para os comerciantes que sempre esperam lucrar mais com as vendas de final de ano. O povo se vira como pode para se movimentar pela cidade. Dentre os meios mais usados pela população, está o serviço de motoboys.

Jamil Souza