A possibilidade de regulamentação da produção, comércio e uso da maconha voltou a ser debatida nesta segunda-feira (11) pela Comissão de Direitos Humanos (CDH) do Senado. A discussão fez parte da segunda rodada de uma série de audiências públicas promovidas pela comissão para decidir, com base em relatório que será elaborado pelo senador Cristovam Buarque (PDT-DF), se o tema será alvo de projeto de lei.

“Eu não tenho uma posição. Não estou convencido de nada”, afirmou o senador do Distrito Federal. Para ele, o Brasil está perdendo a guerra contra as drogas, o que mostra que a proibição não está dando certo, da maneira que feita hoje.

“É preciso que a proibição seja o caminho, mas que seja diferente. Temos que procurar outro caminho para enfrentar: ou regulamentando, não para permitir o uso, mas para resolver o problema, ou criando novos mecanismos que, sem regulamentar, façam com que a gente consiga ganhar a guerra.”

“Não queremos a maconha legalizada em nosso país; não queremos o argumento de que ela é benéfica para a saúde como medicamento, porque, se fosse esse o argumento, não seria pelo fumo, seria pela transformação dos componentes medicinais dela em comprimidos, em cápsulas, em qualquer tipo de medicamento. Mesmo assim, não é unanimidade na medicina internacional que a maconha é benéfica para a saúde”, disse o analista de sistemas Alamar de Carvalho.

A relação entre drogas e violência também foi abordada na reunião da CDH. Para o representante do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (Unodc), Nivio Nascimento, a educação foi deixada em segundo plano. Segundo Nascimento, não há comprovação de efeitos da regulamentação da maconha, seja no nível de consumo ou na redução da violência.

Os debates na Comissão de Direitos Humanos sobre o assunto vão continuar. A próxima audiência pública sobre o tema  será no próximo dia 25, às 9h.

Leia a íntegra desta matéria da Agência Brasil.