Câmara Municipal realiza audiência pública para discutir o transporte coletivo urbano em Feira de Santana; uma vitória do movimento Vem Pra Rua Fsa
Uma audiência pública com o objetivo de debater as questões relativas às reivindicações estudantis do Movimento Vem Pra Rua FSA foi realizada pela Câmara Municipal de Feira de Santana, na manhã desta sexta-feira (5), no plenário da Casa da Cidadania. A pauta de reivindicações do movimento contém 13 itens: redução da tarifa; aumento da frota de ônibus e das vans alimentadoras dos terminais; fim do monopólio do serviço de transporte em Feira de Santana; CPI do transporte público; construção de ciclovias na cidade; reformulação do Conselho de Transporte; reformulação das linhas de ônibus.
A audiência pública durou cerca de duas horas e foi uma das vitórias do movimento que tem ido às ruas protestando e que, na semana passada chegou a interromper uma outra audiência na Câmara Municipal, levando aos vereadores às sua pautas de reivindicações. Não tendo outra saída, os vereadores através da Comissão de Obras, Urbanismo e Infraestrutura foram obrigados a atender os manifestantes e discutir nesta audiência pública, os clamores dos feirenses por melhorias no transporte público e redução da tarifa do ônibus em Feira de Santana, dentre outras questões.
O movimento Vem Pra Rua FSA luta também por uma melhor acessibilidade em Feira de Santana; implementação da meia passagem em dinheiro nos ônibus; pavimentação das principais vias dos bairros periféricos da cidade em caráter de urgência; publicidade e fiscalização dos horários das linhas de ônibus; fim das limitações na meia passagem de ônibus e passe livre para estudantes”.
Segundo ele, o direito de ir e vir das pessoas foi transformado em mercadoria e, por isso, passou a ser é regido pela ótica do lucro. “Cobrar transporte por passageiro, jogando a conta nos usuários, tem sido de uma maneira terrível para a população de baixa renda”, disse ele, ressaltando que a “catraca” é o simbolismo da exclusão social do transporte público no Brasil.
Em sua opinião, sempre foi um dilema dos municípios, inclusive Feira de Santana, calcular a tarifa do transporte coletivo. Segundo o economista, os parâmetros estão defasados, o que implica no preço elevado da passagem. “Em Feira de Santana nós tínhamos, em 1980, a terceira passagem mais barata da região Nordeste. Hoje, temos a segunda mais cara do Norte-Nordeste”, relatou.
Ele informou também que, de 2005 até abril de 2013, o município cresceu 79% a tarifa de transporte coletivo urbano. “Se corrigíssemos a passagem pela inflação, ela custaria R$ 2,09, no entanto, hoje ela custa R$ 2,50”, salientou.
Antônio Rosevaldo disse que nos últimos 10 anos, praticamente, a frota de ônibus não aumentou em Feira de Santana, apesar do crescimento da cidade.
De acordo com o palestrante, “a cidade de Aracaju, que tem população similar a Feira de Santana, tem um ônibus para um pouco mais de 1 mil habitantes, enquanto que em nosso município tem um ônibus para cada 3.400 habitantes”, pontuou.