A ação desastrosa de policiais culminou com a morte de uma criança de 1 ano e provocou revolta e destruição em Amargosa, município localizado a 240 km de Salvador, na noite desta quarta-feira (16). Durante a perseguição a um bandido, os policias invadiram uma residência e tiros foram disparados, na operação, a criança que estava nos braços do pai foi baleada na cabeca e acabou falecendo.

A população ficou revoltada e um grupo mais exaltado causou destruição e pânico na pequena cidade. Homens invadiram e destruíram a delegacia do município, queimaram um ônibus, um caminhão da Coelba, outros carros e motos. De acordo com informações da polícia, 16 detentos fugiram da prisão após a invasão da cadeia que também foi incendiada.

Várias redes de TV, jornais e outros veículos da imprensa foram para cidade cobrir o acontecido. A repercussão da revolta popular e destruição que se seguiu à morte da criança também levou a cúpula das polícias Militar e Civil da Bahia ao município de Amargosa.

Além do Secretário de Segurança Pública do Estado Maurício Barbosa, foram ao município apurar os fatos a delegada Heloisa Campos de Brito, chefe da corregedoria da Polícia Civil; o delegado Moisés Damasceno, diretor do Departamento de Polícia do Interior (Depin) e o Coronel Adelmário Xavier, Comandante de Policiamento Regional Leste (CPRL) da Policia Militar. Para reforçar a segurança, Amargosa recebeu 36 policiais do Departamento de Polícia do Interior e do Comando de Operações Especiais (COE), além de dezenas de policiais militares.

Chorando, visivelmente muito abalado, Luis Carlos Silva, de 22 anos, pai da pequena Maria Vitória que foi morta na ação policial, disse em entrevista à TV Band que a menina foi baleada na cabeça enquanto estava nos seus braços. Ainda, declarou que o policial civil, acusado por ele de ter feito os disparos, estava sob o efeito de drogas. Familiares das vítimas relataram ao G1 que os policias trataram com descaso o tiro sofrido pela criança.

O sepultamento da pequena Maria Vitória foi marcado pela emoção e protestos por justiça. No final da tarde desta quinta-feira (17), uma multidão acompanhou a família e seguiu o cortejo em direção ao cemitério municipal de Amargosa, empunhando cartazes, os moradores cobraram por justiça.

Jamil Souza