Uma criança morreu e 30 pessoas ficaram feridas após o ataque a um campo de refugiados na Faixa de Gaza hoje (4), minutos após o início do cessar-fogo unilateral israelense, informaram fontes médicas. O ataque atingiu uma casa no campo de refugiados de Shati, matando uma menina de 8 anos, informou o porta-voz dos serviços de emergência palestinos, Ashraf Al Qudra.

Testemunhas disseram que foi um ataque aéreo de Israel, mas o Exército israelense não comentou imediatamente o incidente, informando apenas que investigaria o caso. No início do dia, o Exército israelense anunciou um cessar-fogo unilateral com duração de sete horas, começando às 8h.

O Hamas disse que aceitaria a manutenção do cessar-fogo, mas alertou os palestinos para “terem precaução máxima” ao sair das suas habitações. O Exército israelense afirmou que o cessar-fogo terá efeito sobre todo o território palestino, exceto a Leste de Rafah, no Sudoeste da Faixa de Gaza, perto da fronteira egípcia, onde os confrontos continuam e três soldados morreram na sexta-feira.

Segundo o gabinete do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, esta é a oitava trégua israelense e acontece no momento em que Israel é alvo de indignação internacional, após um tiro de artilharia cair sobre uma escola das Nações Unidas em Rafah, no domingo (3), matando dez pessoas.

É a terceira vez em dez dias que uma escola das Nações Unidas é atingida. Nos últimos dois ataques, em Beit Hanoun e Jabaliya, no Norte de Gaza, morreram cerca de 30 pessoas. O cessar-fogo coincide com o início de uma operação do Exército de Israel para a retirada de tropas terrestres. Não há informação sobre se a retirada será total e a região que ainda se encontra sobre ataques aéreos e de artilharia.

Todas as tréguas antecedentes foram quebradas, sendo que a última ocorreu no dia 1º de agosto, aceita por Israel e pelo Hamas, e que durou apenas duas horas. Segundo Sami Abou Zouhri, porta-voz do Hamas, o “cessar-fogo unilateral não é mais que uma tentativa de Israel de tirar atenção aos massacres que comete”.

De acordo com fontes locais, morreram pelo menos 1.822 palestinos desde o início do conflito em 8 de julho, enquanto do lado israelense morreram 64 soldados e três civis. Em um comunicado, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, declarou que ao contrário do que afirma o Hamas, o grupo têm lançado mísseis a alvos civis israelenses. O comunicado diz ainda que Israel não quer matar civis palestinos. “É um escândalo do ponto de vista moral e um ato criminoso”, afirmou Ban Ki-Moon, o secretário-geral das Nações Unidas. Os EUA, principais aliados de Israel, mostraram-se “consternados” devido aos “bombardeamentos vergonhosos” de Israel.

Sem designar expressamente Israel como responsável, a ONU e Washington destacaram que o Exército está bem informado quanto à localização de refugiados das Nações Unidas. Israel acusa o Hamas de se servir de civis como escudos humanos e de usar escolas e hospitais para lançar mísseis contra Israel. Agência Brasil.