A presidenta Dilma Rousseff condenou nesta quinta-feira (17) a ofensiva israelense ao território palestino controlado pelo grupo islâmico Hamas, na Faixa de Gaza.

O Exército israelense iniciou a ofensiva terrestre, após dez dias de bombardeios aéreos, que provocaram a morte de pelo menos 237 pessoas. Segundo uma organização não governamental que opera na região, 80% dos mortos são civis.

De acordo com o Exército, o objetivo da operação é proteger os israelenses e “esmagar o Hamas”, que controla a Faixa de Gaza. O comunicado informa que a ofensiva inclui ações de infantaria, artilharia e inteligência apoiadas pela Aeronáutica e pela Marinha.

Ao comentar o fato de a América Latina ser uma região pacífica, a presidente Dilma ressaltou que o Brasil defende a criação de dois Estados, um de Israel e outro da Palestina, e criticou o uso da violência.

“No Oriente Médio, por exemplo, estamos vivendo uma situação muito triste, para não dizer lamentável – é o que está ocorrendo na Faixa de Gaza. Porque estamos vendo pessoas perdendo a vida, saindo de suas casas. O Brasil defende que haja dois Estados e é contra a violência nos dois, tanto de Israel como da Palestina”, afirmou a presidenta. Ela ressaltou, porém, que é “desproporcional” o ataque israelense à Faixa de Gaza, “com a morte de mulheres e crianças e civis em geral”.

Confira as mudanças nas fronteiras entre Israel e a Palestina. (Reprodução)
Confira o avanço de Israel nas terras árabes ao longo dos anos. Veja as mudanças das fronteiras no Oriente Médio. (Fonte: G1)

Em nota, o Ministério das Relações Exteriores afirma que o governo brasileiro “rechaça” a atual incursão terrestre israelense em Gaza, iniciada nesta quinta-feira, e considera a iniciativa um “grave retrocesso nos esforços de paz”.

No documento, a diplomacia brasileira expressa solidariedade aos feridos e à família das vítimas dos ataques tanto na Palestina quanto em Israel e conclama as partes a negociar cessar-fogo “duradouro”.

“O governo brasileiro conclama ambas as partes a aderir imediatamente aos esforços empreendidos pelo governo do Egito e pelas Nações Unidas neste sentido. Reitera que a solução de dois Estados, Israel e Palestina, requer que as partes respeitem suas obrigações nos termos do direito internacional e retomem sem demora as negociações de paz para encerrar o conflito”, acrescenta a nota do Itamaraty. Agência Brasil.