Primeiro brasileiro campeão mundial de surfe, Gabriel Medina retornou nesta terça-feira (23) ao Brasil. “O surfe no país não era um dos esportes principais. Com certeza, essa vitória abriu as portas para o esporte. Espero que, agora, o surfe cresça e seja um dos principais do país”, disse o campeão mundial em entrevista coletiva, no início da noite, em um hotel de São Paulo.

Recebido por parentes, fãs e jornalistas, o jovem, que ontem (22) completou 21 anos, exibia o troféu e a bandeira do Brasil nos ombros.

“Quando cheguei ao aeroporto tinha muita gente. Foi uma surpresa muito boa. Nunca imaginei que chegaria onde cheguei. É bom estar de volta ao Brasil e ser recepcionado desta maneira”, salientou o surfista.

A carreata marcada para amanhã (24) foi cancelada em razão das chuvas em São Sebastião, cidade natal do campeão. Em solidariedade aos moradores desabrigados, Gabriel Medina decidiu suspender a comemoração.

O atleta informou que, na etapa de Portugal, a penúltima do Circuito Mundial de Surfe (WCT), chegou a pensar que o título não seria dele. Medina revelou que voltou para casa e treinou muito antes de seguir para o Havaí. “Me preparei, foquei. Estava muito dedicado”, afirmou. O atleta ressaltou que, após a competição, premiação, entrevistas e chegada em casa para um banho, a primeira coisa que fez foi ajoelhar-se e agradecer a Deus.

“Agora, a maior dificuldade é manter o topo. Ainda mais no surfe, cuja competição principal ocorre de fevereiro a dezembro. Não é impossível, mas acho que essa será a pior parte”, comentou o campeão, consciente do trabalho que terá após a vitória.

O padrasto e técnico Charles Rodrigues dá dicas para quem quer se tornar um atleta de qualquer modalidade. “É preciso ter disciplina, empenho, privar-se de algumas coisas, dormir cedo e boa alimentação. Enfim, ter uma vida de atleta. Com tudo isso e muita dedicação pode-se chegar no topo e ser um atleta de elite”, acrescentou.

Morador de São Sebastião, no litoral norte de São Paulo, Gabriel Medina começou a surfar aos 9 anos, por influência de Charles. Habituado às fortes ondas da Praia de Maresias, ele começou a confirmar as expectativas já em 2009.

Com apenas 15 anos e ainda amador, tornou-se o mais jovem surfista do mundo a vencer uma prova seis estrelas do circuito profissional mundial, disputada na Praia Mole, em Florianópolis (SC). Seu adversário na final, o também brasileiro Neco Padaratz, tinha 32 anos e larga experiência nesse tipo de competição. Fonte: Agência Brasil.