O Canal do Panamá, importante obra da engenharia mundial, completa 100 anos nesta sexta-feira (15). Esta era para ser uma comemoração do triunfo da engenharia que forjou uma nação. Ao invés disso, o 100º aniversário da abertura do Canal do Panamá está sendo estragado por dúvidas sobre a habilidade do país de proteger os benefícios de uma expansão multibilionária arrasada por superfaturamentos, greves e ameaças de concorrentes rivais.

O último revés da expansão do canal aconteceu em Maio, quando cerca de 5 mil trabalhadores abandonaram as obras por duas semanas como parte de uma greve para pedir aumento salarial para toda a categoria de trabalhadores de construção do país. Isso após uma parada de duas semanas em fevereiro por uma disputa de US$ 1,6 bilhão em custos extras entre o administrador do canal e o contratante europeu pela construção de um terceiro conjunto de barreiras.

Por causa das interrupções e do gastos altos, a data original de conclusão, marcada para o próximo outubro, foi adiada em 14 meses. Alguns analistas dizem que mais adiamentos serão inevitáveis.

O Canal do Panamá, importante obra da engenharia mundial, completa 100 anos nesta sexta-feira (15). (Foto: AP)
O Canal do Panamá, importante obra da engenharia mundial, completa 100 anos nesta sexta-feira (15). (Foto: AP)

A construção do canal de navios de 77 quilômetros cruzando o Istmo do Panamá há um século atrás transformou o comércio exterior internacional, reduzindo drasticamente o tempo de viagem entre o Atlântico e o Pacífico ao eliminar a necessidade dos navios de darem a volta pelo extremo sul das américas. A construção tomou a vida de cerca de 30 mil trabalhadores, muitos por doenças como malária e febre amarela.

Como parte de um projeto de expansão de US$ 5,25 bilhões, barreiras maiores com portões mecânicos vão reduzir o congestionamento e também acomodar os cargueiros post-Panamex, que tem a extensão de três times de futebol e capacidade para levar 2,5 vezes mais containers que os navios que usam o canal atualmente.

O administrador do canal, Jorge Quijano, afirmou que gostaria de ter finalizado a expansão a tempo para o centenário desta sexta-feira. “Mas nós sabíamos desde o início que um projeto tão complexo com esse não necessariamente seria terminado” a tempo, disse ele. As informações são do Último Segundo – iG.