A greve dos professores da rede estadual de ensino da Bahia, em reivindicação ao não cumprimento do reajuste de 22,22% do piso salarial, completa hoje 36 dias. Mesmo declarada como ilegal pelo Governo do Estado e com os salários de abril tendo sido cortados, a categoria resiste firme na postura de não retroceder até ser plenamente atendida.

Exigem que o governo cumpra o acordo firmado com a classe, em novembro do ano passado, que garantia os valores do piso nacional. O governo ignorou o acordo mandando para a Assembleia um projeto de lei com valores menores. O Estado ofereceu 6,5% a todos os professores (assim como para todos os servidores estaduais) e 22,22% somente àqueles de nível médio e que ganham abaixo do piso salarial nacional.

Os professores já disseram que estão lutando não somente por salários, o que já seria justo, mas também por melhores condições de trabalho e melhoria na educação.

Eles afirmam que estão sem poder usar o CredCesta, um tipo de empréstimo consignado para compra na Cesta do Povo, centro de abastecimento estatal. “O governo do estado, ao cortar o salário, também retirou dos professores o direito de comprar na Cesta, porque, se eu não tenho salário, não tenho margem para consignar crédito e comprar. Mas muitos professores, pais de família, também utilizam deste crédito para sobreviver”, afirma Marilene Betros, vice-presidente da Associação dos Trabalhadores em Educação da Bahia (APLB).

Os professores baianos já recorreram ao MEC em busca de apoio para resolver a situação. E na última sexta-feira (11), o coordenador geral do sindicato dos professores, Rui Oliveira, e a secretária da Confederação Nacional dos Professores em Educação, Marta Vaneli, se reuniram em Brasília com representantes do Ministério da Educação e pediram intervenção na realidade baiana.

Enquanto o governo do Estado diz que não há caixa para atender o pedido dos grevistas o impasse continua e mais de um milhão de estudantes estão sem aulas. Os professoes da rede estadual defendem que exitem formas de repor as aulas suspensas pela greve da categoria, mas afirmam que o importante a se discutir, neste momento, é a qualidade da educação no estado. Agora se apresenta à toda sociedade um momento oportuno para se discutir a escola publica e a qualidade do ensino.

Este momento de greve deve ser usado por pais e por alunos para cobrar do Estado melhorias na educação pública, afinal, isto é um direito.

Por Jamil Souza