Um diagnóstico do trabalho escravo no país, com destaque para o Amazonas, foi apresentado ontem (11) durante seminário sobre o assunto, realizado em Manaus, segundo o qual nos últimos anos foi possível perceber que, em algumas regiões e em alguns setores econômicos do país, a situação do trabalho escravo é mais crítica.

O autor do estudo é o auditor-fiscal do Ministério do Trabalho e Previdência Social (MTPS) André Roston, que afirma: “Uma coisa que observamos ao longo dos últimos anos: foi que a fronteira agrícola migrou ao longo do tempo, saiu do meio do Pará, saiu do Maranhão e de Rondônia, e boa parte dela migrou para o oeste do Pará e para o sul do Amazonas. Com essa migração, temos dois grandes fenômenos: o desmatamento e a abertura de fazendas. Está associado também, de um modo geral, com uma série de crimes ambientais, com grilagem de terra e um contexto de violência grande. Isso está muito associado com o trabalho análogo ao de escravo e as fiscalizações feitas no sul do Amazonas têm mostrado essa realidade muito preocupante”.

O seminário foi aberto na noite de quinta-feira (10), com uma palestra sobre o contexto do trabalho escravo no Brasil. Em 20 anos de ações contra essa prática, quase 50 mil trabalhadores foram resgatados. O valor das indenizações trabalhistas chegou a mais de R$ 92 milhões. No Amazonas, entre 2008 e 2014, 376 pessoas foram encontradas em condições de trabalho análogo ao de escravo. Leia mais na Agência Brasil