Com o título “Chá de Conversa e Som – Um Convite”, o professor e historiador feirense Joseval “Bel” Pires ilustrou de maneira bastante interessante a importância do evento de mesmo nome e que retorna à agenda cultural de Feira de Santana, nesta sexta-feira (24), no Museu de Arte Contemporânea Raimundo de Oliveira.

Publicado numa rede social, o texto convite nos informa sobre uma reunião entre dois feirenses ilustres, Filinto Bastos e Sales Barbosa, que aconteceu em 1882 no Recife. Na ocasião, os dois jovens, que então discutiam política e poesia, não deixam pensar na sua Feira de Santana.

O historiador Bel Pires, que também é pesquisador e escritor de livros, inclusive um de cunho didático, leciona na Universidade do Estado da Bahia (Uneb) e é um dos organizadores do Chá de Conversa e Som ao lado do professor, radialista e jornalista Elsimar Pondé e do artista plástico e músico Gabriel Ferreira.

Confira a seguir, o interessante e elucidativo texto do professor Bel Pires, que foi publicado hoje (24) numa rede social.

Cartaz do retorno do Chá de Conversa e Som em 2015. (Reprodução)
Cartaz do retorno do Chá de Conversa e Som em 2015. (Reprodução)

CHÁ DE CONVERSA E SOM – UM CONVITE

Em junho de 1882, os acadêmicos baianos da Faculdade de Direito do Recife, constituíram uma comissão para organizar, na Academia, uma festa em homenagem ao 2 de julho, portanto, comemoração da Independência da Bahia. Nesta reunião, ficou decidido que iriam publicar um livro de poesia , de autoria do saudoso Antônio Alves Carvalhal (1846-1880), poeta santamarense. Este livro seria vendido num sarau a ser realizado no Teatro Santa Izabel, centro do Recife.
Desta comissão fazia parte dois jovens feirenses: Filinto Bastos e Sales Barbosa, os quais convenceram aos estudantes baianos a enviarem parte da venda dos livros de Carvalhal para o Asilo Nossa Senhora de Lurdes, na Vila de Feira de Santana. Filinto Bastos e Sales Barbosa, naquele momento que pensavam, com outros colegas baianos, a independência da Bahia, não deixavam de refletir e se preocupar com a cultura e a cidadania de sua cidade natal.
Pensar a cidade era pauta que não faltava nas atuações desses dois jovens intelectuais. Uso este caso para ilustrar a retomada do Chá de Conversa e Som, através do qual, jovens que somos, pensar cidadania e cultura na cidade de Feira de Santana, é uma pauta que não falta em nossas ações. Sejam todxs bem vindxs à mais nova edição do Cá de Conversa e Som!
 

O retorno das conversas e debates propostos no Chá de Conversa e Som, e que começa logo mais no MAC, tem como tema “Independência da Bahia entre o Histórico e o simbólico” e contará as participações, além dos citado acima, de Sergio Guerrra, Jefferson Moura e Matheus Mathyara.

Jamil Souza